Folha de S. Paulo


Milson Henriques (1938-2016)

Mortes: Um artista multimídia apaixonado por Vitória

Arquivo Pessoal
Milson Henriques (1938-2016)
Milson Henriques (1938-2016), com sua personagem Marly em destaque

A aversão de Milson Henriques pela tecnologia e o pouco tempo que passou na escola não foram barreiras para sua carreira artística. Passou a vida fazendo desenhos, charges, peças de teatro e poesias. "Era multimídia", resume o amigo Wilson Nunes.

Milson deixou a casa dos pais, em São João da Barra (RJ), com apenas 14 anos. Fugiu para a capital paulista, Salvador e, depois, Vitória.

Na primeira cidade, começou a desenhar. Canhoto, sem prática, fazia desenhos de roupas. Na segunda, entrou para uma companhia de teatro -por vezes perseguida pela ditadura militar. Mas foi na capital capixaba que se fixou. Era uma parada forçada pela falta de dinheiro, mas ele acabou apaixonado pelo local.

Assumiu papel de pioneiro na nova cidade. Propôs a lojas a criação de vitrines como as de São Paulo e do Rio e, no teatro, acabou com o uso dos pontos para ajudar atores a lembrarem suas falas.

Seus desenhos, feitos em tapumes de construção, também lhe renderam o convite para integrar a primeira agência de publicidade de Vitória.

Mas Milson ficou mesmo conhecido pelo famoso personagem de suas charges, Marly, e por seu programa de TV que ensinava a desenhar.

"Ele foi um divisor de águas. Foi quebrando barreira atrás de barreira em Vitória", afirma o amigo Wilson.

Sempre alegre, ele adorava comer e, principalmente, viajar. Conheceu 72 países, inclusive aqueles "menos turísticos", como Camboja e Laos.

Morreu dia 25, aos 78, devido a uma leucemia. Deixa muitos amigos e fãs, que planejam fazer um festival em sua homenagem em maio.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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