Folha de S. Paulo


Prefeito do Rio diz que calamidade pública 'não é problema olímpico'

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, afirmou neste domingo (19) que o estado de calamidade pública decretado na última sexta-feira (17) "não é um problema olímpico". Paes alegou que a realização da Olimpíada está garantida, mas defendeu a ajuda federal ao governo estadual para que os serviços públicos funcionem durante os Jogos, em agosto.

"Não estão fazendo qualquer ajuda para a Olimpíada. Ela está garantida, está tudo pronto e foi a prefeitura que fez. A ajuda é para os serviços do Estado funcionarem já que a gente fez muita coisa aqui sem recursos do governo federal", disse o prefeito, após inaugurar o túnel Marcello Alencar, na zona portuária.

Paes afirmou que a situação fiscal da prefeitura é boa e que a Olimpíada estimulou a entrada de recursos privados. "Tentam jogar culpa da crise na Olimpíada. Mas ela foi estimuladora para atrair investimentos, para conseguir recursos privados. Isso não pode ser desculpa para os problemas que se enfrenta".

Para o prefeito, o decreto afeta apenas tarefas do governo estadual em que a prefeitura não pode intervir. "Quando teve a crise dos hospitais estaduais, a gente assumiu dois e eles estão funcionando. Agora, não tem como substituir a polícia, isso não dá. A Guarda Municipal não é armada. Então tem que ter sim ajuda do governo federal ao Rio de Janeiro", alegou.

Paes acrescentou que espera sensibilidade do presidente em exercício Michel Temer (PMDB) para liberar os recursos federais. "Acho que está bem encaminhado. O que posso fazer é ajudar, pressionar", afirmou Paes.

DECRETO

O decreto assinado na sexta (17) pelo governador em exercício Francisco Dornelles é claro ao usar a Olimpíada como justificativa para pôr o Rio em estado de calamidade pública.

De acordo com o texto, a crise financeira "vem impedindo o Estado de honrar com os seus compromissos para a realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016".

O megaevento é citado em três dos quatro artigos do decreto, que abre caminho ao repasse emergencial de verbas federais ao Estado.


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