São Paulo teve nesta segunda-feira (13) mais uma madrugada de frio intenso. Segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), a cidade registrou a menor temperatura em 22 anos. Ao menos quatro moradores de rua morreram nos últimos dias durante a onda de frio em São Paulo.
A temperatura mínima foi de 3,5°C no Mirante de Santana, na zona norte da capital paulista, com registro de geada. Essa é a menor temperatura do ano, superando a marca da madrugada do dia 10 de junho, quando a cidade registrou 5,5°C. Essa é também a menor temperatura desde 10 de julho de 1994, quando a mínima ficou em 0,8°C (mínima absoluta daquele ano).
Se considerar apenas o mês de junho, segundo o órgão, a temperatura desta madrugada é a menor temperatura desde 27 de junho de 1994, quando a capital paulista registrou 2°C. De acordo com o Inmet, a menor temperatura daquele mês foi 1,2°C no dia 26 (recorde absoluto para junho), quando houve a onda de frio recorde da série histórica (iniciada em 1943).
Para o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências), da prefeitura, a cidade registrou, em média, 3,6°C, a menor temperatura mínima do ano. Essa é também a menor temperatura mínima já registrada desde 2004, quando o órgão começou a aferir as temperaturas na cidade. Até então, a madrugada mais fria do ano havia sido registrada no dia 28 de junho de 2011, quando o órgão registrou, em média, 4,6°C. Os dados são uma média das temperaturas registradas nas 26 estações meteorológicas automáticas do CGE na cidade.
Nesta madrugada, a menor temperatura absoluta foi de 0°C, aferida às 3h em Capela do Socorro, na zona sul. É o novo recorde de menor mínima na cidade. Até então, a menor temperatura absoluta havia sido registrada no último dia 11 de junho, com 0,6°C, também em Capela do Socorro. Já a maior mínima foi de 6,4°C, registrada na Sé, região central, por volta das 5h. Já para o Inmet, órgão oficial, o recorde absoluto de temperatura mínima na capital paulista foi aferido no dia 2 de agosto de 1955 (-2,1°C).
Exceto o centro expandido da cidade, segundo o CGE, o resto de São Paulo teve registro de geada –quando a temperatura está abaixo de 3°C–, principalmente nos extremos da cidade. Muitos paulistanos acordaram e viram seus carros cobertos por uma fina camada branca.
PREVISÃO
Thomaz Garcia, meteorologista do CGE, afirma que a queda da temperatura se deve a entrada de uma massa de ar de origem polar que chegou ao Estado na semana passada. Essa massa, que provocou acentuado declínio das temperaturas nos últimos dias na Grande São Paulo, deve começar a se dissipar ao longo desta semana.
A massa de ar polar, segundo Garcia, ainda continua influenciando as temperaturas em São Paulo, no sul de Minas, em Mato Grosso do Sul e na região Sul do país. Garcia afirma que as noites ainda serão frias, porém, menos intensas que as dos últimos dias.
Segundo ele, a temperatura mínima deve ficar em torno de 5°C ou 6°C na madrugada desta terça (14). Contudo, o frio fica mais agradável e as temperaturas começam a se elevar à tarde, com predomínio de sol e sem previsão de chuva.
ALERTA
Por volta das 17h desta domingo (12), a Defesa Civil colocou toda a cidade de São Paulo em estado de alerta (quando a sensação térmica é inferior a 10°C) para o frio. Por volta das 9h20 desta segunda, o alerta ainda se mantinha, segundo o CGE.
Além do estado de alerta, a Defesa Civil pode colocar em atenção (quando a sensação térmica é inferior a 13°C). A partir da declaração da atenção, órgãos da prefeitura passam a dar encaminhamento ou acolhimento a pessoas em situação de risco na cidade, caso haja chamadas.
ESTADO
Meteorologistas do Inmet também informaram que a cidade Barra do Turvo, no Vale do Ribeira, registrou a menor temperatura do ano no Estado (-3,6°C). Até então, a menor mínima havia sido aferida na madrugada deste domingo (12): -2,9°C, na mesma cidade.
Outras cidades também registraram temperaturas negativas: Rancharia (-2,6°C), São Miguel Arcanjo (-2,5°C) e São Luís do Paraitinga (-1,7°C). Em Campos do Jordão (a 181 km de São Paulo) houve registro de geada forte com mínima de -1,1°C. Em todo o Estado, as mais de 5.000 escolas estaduais recebem doações de roupas, calçados e cobertores.