Folha de S. Paulo


Galiano Ciampaglia (1913-2016)

Mortes: Um apaixonado e sempre discreto arquiteto

Tranquilidade e discrição eram características constantes na vida do arquiteto Galiano Ciampaglia. Era assim em casa, com os amigos, no trabalho. Falava tão pouco de seus feitos que a própria filha teve que consultar anotações e pesquisar detalhes de seus projetos para um trabalho de mestrado dedicado ao pai.

E detalhe é algo que não faltava nos trabalhos de Galiano. Colocava cada minúcia nos projetos, acompanhava cada passo, do início ao fim.

A escolha pela arquitetura foi influenciada pelas obras e construções que acompanhava com o pai, mestre-canteiro, quando pequeno, e pelos prédios históricos que via surgir em sua janela, no centro de SP, no início do século 20.

Formou-se no Mackenzie em 1939, e nunca mais parou. Foram centenas de casas e prédios, além de muito estudo. Nos anos 40, venceu um concurso e se tornou um dos nove arquitetos a projetar a sede do Instituto de Arquitetos do Brasil -hoje tombado.

A popularidade de seu trabalho era prejudicada apenas pela discrição de Galiano.

Parou de projetar no fim dos anos 80, mas não largou a arquitetura. Continuou a estudar, principalmente, sobre o arquiteto americano Frank Lloyd Wright, de quem era fã.

Influenciou a família com suas paixões, tanto com a arquitetura –seguida por filha e neta–, como com o tênis, principal hobby de todo o clã.

Perto dos 90, ainda projetou e acompanhou a obra de uma capela no sítio do filho, em Sarapuí (a 150 km de SP).

Morreu no dia 26, aos 103 anos, em decorrência de problemas respiratórios. Deixa a mulher, Yolanda, dois filhos, uma neta e uma bisneta.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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