Folha de S. Paulo


Taxistas deixam prefeitura e deslocam ato para frente da Câmara em SP

Os taxistas deixaram à sede da Prefeitura de São Paulo, no viaduto do Chá, no final da manhã desta quarta-feira (11) e foram protestar em frente à Câmara Municipal, na região central da cidade.

Cerca de 60 taxistas chegaram a ocupar pista da rua Maria Paula em manifestação contra a decisão do prefeito Fernando Haddad (PT) de legalizar aplicativos de transporte como o Uber. Às 17h, a CET informou que não havia mais manifestação em frente à Câmara, nem interdição de trânsito na região.

Parte dos taxistas entrou mo plenário da Câmara para acompanhar a audiência pública da comissão de transporte, que iniciou pouco depois das 11h. Do lado de fora, os motoristas gritavam "Fora Haddad, fora PT".

Durante a madrugada, um grupo de cerca de 50 taxistas realizou uma vigília diante do prédio da prefeitura. Contudo, pouco antes das 6h, os taxistas atearam fogo em pneus na avenida 23 de Maio, na saída do túnel João Paulo 2º, na altura do Anhangabaú.

Quatro taxistas foram presos em flagrante por atear fogo nos pneus e indiciados por causar incêndio e associação criminosa e identificados como diretores do Simtetaxis (Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores nas Empresas de Táxis do Estado de São Paulo). Eles serão encaminhados para audiência de custódia.

Às 8h20, ao menos 20 taxistas bloquearam por cerca de 15 minutos a rua Libero Badaró, ao lado da sede da prefeitura. Por volta das 9h, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) informou que não havia nenhuma interdição de vias na região.

Zanone Fraissat/Folhapress
Taxistas protestam na rua Libero Badaró contra o decreto do prefeito Fernando Haddad, que libera aplicativos como o Uber
Taxistas protestam na rua Libero Badaró contra o decreto do prefeito Fernando Haddad

Durante a madrugada, um grupo de cerca de 50 taxistas realizou uma vigília diante do prédio da prefeitura. Contudo, pouco antes das 6h, os taxistas atearam fogo em pneus na avenida 23 de Maio, na saída do túnel João Paulo 2º, na altura do Anhangabaú.

Segundo a CET, três das quatro faixas da via, no sentido zona sul, ficaram bloqueadas. Os policiais retiraram os pneus queimados e, a partir das 7h, o tráfego já havia sido liberado.

O diretor do Simtetaxi (Sindicato dos Motoristas nas Empresas de Táxis no Estado de São Paulo), Luis Aguiar, afirmou nesta madrugada que "a categoria vai parar São Paulo"

A meta, segundo Aguiar, é fechar as principais avenidas e rotas da cidade, como a Radial Leste, a avenida 23 de Maio, a rodovia Anchieta e os principais acessos aos aeroportos de Congonhas (zona sul) e Guarulhos (Grande SP). "Enquanto o decreto não for revogado, os taxistas não vão sair das ruas com protestos todos os dias", afirmou Aguiar.

A gestão Fernando Haddad também vai liberar táxis nas faixas exclusivas de ônibus o dia todo, mesmo vazios.Nos corredores, estarão autorizados só aqueles com passageiro.

O sindicalista afirma que o prefeito "achincalhou" a categoria que tem "50 mil trabalhadores que não conseguem mais pagar suas contas mensais devido ao prejuízo causado pela concorrência do aplicativo". "Não temos o que fazer."

Uma parte dos taxistas também se deslocaram durante a madrugada para protestar em frente à antiga casa de Haddad, na rua Afonso de Freitas, na região do Paraíso. Ao menos 15 taxistas fizeram plantão na porta.

REGULARIZAÇÃO DO UBER - Entenda os principais pontos do decreto de Haddad

QUEBRA-QUEBRA

Logo após o anúncio da legalização do Uber, taxistas fecharam vias da região central de São Paulo em manifestações que seguiram até a noite. Táxis foram estacionados na avenida 23 de Maio e na rua Libero Badaró, ao lado da sede da prefeitura. Houve cenas de violência. Na frente da prefeitura, um motoqueiro que tentou passar pelo protesto foi agredido por um taxista, mas saiu sem ferimentos (Confira vídeo abaixo).

Taxistas

Já taxistas que não aderiram ao protesto foram alvo de ovadas dos colegas. Na 23 de Maio, um Corsa preto furou o bloqueio e avançou em direção aos manifestantes. O vidro traseiro do veículo foi destruído, e a lataria, amassada.

Não ficou claro se o veículo, um Corsa, pertence à rede do aplicativo de transportes. Procurado, o Uber não comentou se o carro depredado é do aplicativo, mas diz considerar "inaceitável o uso de violência". "Todo cidadão tem o direito de escolher como quer se mover pela cidade, assim como o direito de trabalhar honestamente", disse a empresa.

No final da noite desta terça (10), o grupo fez buzinaço e manifestação com gritos de guerra e o uso de fogos de artifício. O Simtetaxis informou não haver qualquer direcionamento do sindicato para esta manifestação específica, que classificou como "espontânea".

Os taxistas realizaram protestos em diversos pontos da região metropolitana: nas marginais Tietê e Pinheiros, na rodovia Presidente Dutra, na avenida Radial Leste, na região do aeroporto de Congonhas (zona sul), na praça Charles Miller e em frente à prefeitura.

Em razão do bloqueio, que teve início às 16h, o trânsito teve lentidão no corredor Norte-Sul –segundo a CET, às 18h havia 5,4 km de congestionamento no sentido Santana e 3,2 km no sentido do aeroporto de Congonhas. Apesar disso, o trânsito total da cidade foi abaixo do habitual nessa faixa de horário: 61 km, ante uma média entre 70 km e 114 km. A Polícia Militar manteve liberada uma faixa em cada sentido.

Eduardo Geraque/Folhapress
Avenida 23 de Maio com tráfego interrompido por volta das 19h30 desta terça (10)
Avenida 23 de Maio com tráfego interrompido por volta das 19h30 desta terça (10)

HISTÓRICO

A novela do Uber


Endereço da página:

Links no texto: