Folha de S. Paulo


Oscar Brito Augusto (1957-2016)

Mortes: Um engenhoso professor de engenharia naval

Antes da informática ser um instrumento comum nas salas de aula, o professor Oscar Brito Augusto usava apetrechos de madeira, espuma e borracha para ensinar seus alunos. Os objetos compunham engenhosas maquetes que ele mesmo construía para mostrar estruturas navais.

Nascido e criado na capital paulista, Oscar, desde pequeno, tinha o coração dividido entre a medicina e a engenharia aeronáutica. Filho de um taxista e uma dona de casa, acabou descartando a primeira opção pelo pavor que tinha de sangue. Já a segunda não havia em São Paulo, o que o levou à engenharia naval. Achava próxima da aeronáutica e dizia que engenheiro é engenheiro, independente da especificação.

Fez a graduação, o mestrado e o doutorado na Escola Politécnica da USP, começando a dar aulas logo em seguida. Foram 40 anos na universidade. Corria pelas ruas do campus durante as manhãs, percorria bem-humorado os corredores e laboratórios no decorrer do dia e, algumas vezes, ainda chamava amigos para jogar tênis no centro de práticas esportivas, embora raramente os deixasse vencer. Parou apenas no ano passado, quando se aposentou.

Foi também na Poli que conheceu a mulher, Débora. Colegas de trabalho no início, estavam casados havia dez anos.

Em casa, em São Carlos (a 232 km de São Paulo), era tranquilo, calmo, carinhoso. Com os filhos era também exigente em relação aos estudos e com o jeito de agir. Queria que fossem generosos.

Morreu dia 27, aos 59 anos, devido a um câncer. Deixa a mulher, a mãe, três filhos, três irmãos e muitos amigos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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