Folha de S. Paulo


Trecho de nova ciclovia desaba na zona sul do Rio e dois morrem

Duas pessoas morreram nesta quinta-feira (21), segundo o Corpo de Bombeiros, no desabamento de um trecho da recém-inaugurada ciclovia da avenida Niemeyer, na zona sul do Rio.

Ainda não há confirmação de quantas pessoas podem ter caído com a queda da estrutura. A TV Globo registrou o resgate de uma pessoa no mar, realizado por uma equipe com suporte do helicóptero do Corpo de Bombeiros, no trecho onde houve o desabamento. De acordo com relatos de testemunhas, haveria ao menos mais uma vítima neste acidente. Os bombeiros prosseguem com buscas no local.

Um dos mortos foi identificado como Eduardo Marinho de Albuquerque, 54. Ele estaria correndo na ciclovia no momento do acidente.

Batizada de Tim Maia, a ciclovia fica entre a pista da avenida Niemeyer e um penhasco, acima do mar. Faz a conexão entre a praia do Leblon e a orla do bairro de São Conrado, ambos na zona sul da cidade.

Em nota, o prefeito Eduardo Paes lamentou o acidente na ciclovia. "É imperdoável o que aconteceu, já determinei a apuração imediata dos fatos e estou voltando para o Brasil para acompanhar de perto", disse o prefeito.

Paes está na Grécia e cancelou sua participação da cerimônia da tocha olímpica para voltar ao Rio.

queda de ciclovia

Vídeo divulgado pela Ong Salvemos São Conrado nas redes sociais

A ciclovia foi inaugurada em 17 de janeiro passado. O trecho que desabou tem cerca de 50 metros. A ideia da prefeitura é ligar o centro da cidade a Grumari, na zona oeste, por ciclovias que beiram a orla até a Olimpíada, em agosto.

"Não morri por quinze segundos, disse o consultor Guilherme Miranda, 42, após o desabamento. Morador de São Conrado, ele costuma usar a ciclovia para ir ao trabalho desde a inauguração. Nesta quinta, ele tinha acabado de sair do trecho quando viu a queda da estrutura. "Vi três pessoas caindo em direção ao mar", contou.

A ciclovia da Niemeyer foi construída a um custo de R$ 44,7 milhões. Com 3,9 km, o trecho veio somar aos 435 km de malha de ciclovias que o Rio tinha até então. A gestão Eduardo Paes (PMDB) quer chegar a 450 km até os Jogos.

Para efeito de comparação, em São Paulo o prefeito Fernando Haddad (PT) tem a meta de construir 400 km até o fim deste ano –hoje, a cidade conta com 374 km.

Ciclovia que desabou foi inaugurada em janeiro

APURAÇÃO

O secretário municipal obras da Prefeitura do Rio, Alexandre Pinto da Silva, disse que não é possível afirmar ainda se houve erro de projeto. "Na verdade, toda ressaca é prevista, mas temos que ver as condições do local e investigar as causas do acidente", disse Silva.

O secretário reconheceu que ressacas como esta são frequentes naquele trecho e que este tipo de impacto "tem que ser previsto". Ele disse que a obra teve o aval da Geo-Rio, órgão da Secretaria Municipal de Obras responsável pela contenção de encostas.

O secretário de Governo da prefeitura, Pedro Paulo Carvalho, também falou sobre a ressaca muito forte. "É um desastre inaceitável. Foi fruto de uma ressaca forte, uma onda que pegou de baixo para cima".

Em seguida, Carvalho afirmou que ainda é necessária uma perícia para determinar as causas do acidente. "Precisamos de uma avaliação para que tenhamos a informação correta do que causou [o desabamento]. Tudo o que falarmos agora é especulação", disse.

AS NOVAS CICLOVIAS DO RIO - Rio amplia ciclovias na orla

Editoria de arte/Folhapress

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