Duas mulheres que haviam sido assaltadas e estavam sendo levadas por um carro da Polícia Militar do Rio para registrar o crime foram baleadas na noite de quarta (13), ao passarem diante da favela do Jacarezinho, na zona norte da cidade.
O veículo da polícia que levava as vítimas foi atingido por vários disparos feitos por traficantes da comunidade. Os policiais nada sofreram com o ataque, mas ambas as mulheres foram baleadas e uma delas permanece internada em observação.
| Milli Legrain | ||
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| A entrada da favela Jacarezinho, na zona norte do Rio |
De acordo com policiais, por volta das 23h, Daniella Rodrigues, 21, e Marina Rangel, 18, caminhavam junto ao shopping Iguatemi, em Vila Isabel, zona norte do Rio, quando quatro assaltantes roubaram seus celulares.
A dupla pediu ajuda a policiais militares que, em ronda no bairro, conseguiram prender dois dos criminosos.
Com as mulheres em um carro e os assaltantes em outro veículo, os PMs, que contaram com reforço, foram orientados a não seguir para a delegacia do bairro e sim para uma central inaugurada na terça (12), a oito quilômetros de onde ocorreu o crime.
Ao passarem diante da favela do Jacarezinho, traficantes ligados à facção Comando Vermelho fizeram vários disparos de pistolas e fuzis contra a viatura da PM.
Daniella teve dois dedos da mão direita quebrados. Foi atendida num hospital e liberada na manhã desta quinta (14). Já sua colega, atingida de raspão na cabeça, ainda permanece internada. Os estilhaços dos disparos atingiram ainda um de seus dedos e a sua nádega.
SEM ALGEMAS
Os dois assaltantes se aproveitaram do tiroteio, abriram a porta do carro policial e fugiram. Eles não estavam algemados. Os PMs pediram apoio de outros policiais e conseguiram recapturar um dos fugitivos. A partir deste momento, o assaltante foi algemado.
A Polícia Militar iniciou uma apuração para entender a atuação dos PMs e saber por que os assaltantes estavam sem algemas.
CENTRAL DE GARANTIAS
Na última terça-feira a Polícia Civil inaugurou a chamada Central de Garantias que concentra em um único local o registro de casos de flagrante de parte da capital do Rio.
A central funciona durante toda a madrugada na Cidade da Polícia, local onde estão também as delegacias especializadas da Polícia Civil.
A Cidade da Polícia fica entre as favelas do Jacarezinho e de Manguinhos, na zona norte. As duas comunidades possuem UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora), cujas ocupações tiveram início em 16 de janeiro de 2013.
Mesmo assim, há nesses locais traficantes da facção criminosa Comando Vermelho. Na semana passada, os criminosos de Manguinhos passaram uma madrugada realizando vários disparos contra o muro da Cidade da Polícia.
"Não podemos deixar de adotar uma medida importante porque uma área da cidade tem problemas. Vamos admitir que tem um gueto no Jacaré? Não vamos. A polícia dará uma resposta", afirmou nesta quinta o chefe da Polícia Civil, Fernando Velloso.