O MPF (Ministério Público Federal) no Rio pediu à Justiça Federal a prisão de Antônio Petrus Kalil Filho, filho do bicheiro Antônio Petrus Kalil, o Turcão, apontado pela Polícia Federal como um dos chefes do jogo do bicho no Estado e de quatro policiais federais. De acordo com o MPF (Ministério Público Federal), todos estão condenados por formação de quadrilha, prevaricação e corrupção.
Os policiais Cláudio Octaviano Guerra, Osvaldo Souza, Emídio Gentil Júnior e Clodoaldo Lemos teriam, segundo a denúncia, dado regalias a Turcão quando esteve preso na PF. No processo, todos negam as acusações.
As penas foram confirmadas no TRF (Tribunal Regional Federal), da 2ª Região (Rio e Espírito Santo), mas a execução das penas aguardava por recursos no STJ (Superior Tribunal de Justiça) e no STF (Supremo Tribunal Federal).
Os procuradores entendem que quando o STF admite a detenção antes do transitado em julgado abre a possibilidade para a prisão dos acusados por isso o pedido feito à Justiça Federal. "A jurisprudência anterior tinha bons fundamentos, mas quebrava o sistema, incentivando o artifício dos recursos infinitos após a condenação. A verdade é que o novo entendimento apoia-se na previsão constitucional de que cabe a privação de liberdade obedecido o processo legal", diz o procurador da República Leandro Mitidieri.
A condenação do grupo é referente ao tratamento dado pelos policiais federais ao bicheiro Turcão em sua prisão, na operação Furacão, em 2007. Na ocasião, o contraventor conseguia, apesar de preso, o direito de ir a restaurantes e reuniões secretas com parentes, amigos e até com uma amante.
Os policiais chegaram a promover o encontro de Turcão com a namorada dentro de uma viatura oficial da Polícia Federal. Esse tratamento era, de acordo com o MPF, intermediado pelo filho de Turcão, Antônio Petrus Kalil Filho. Era Kalil Filho quem oferecia propina aos policiais em troca das vantagens ao bicheiro.
O advogado Renato Tonini que defende os policiais Cláudio Octaviano Guerra e Emídio Gentil Júnior disse que vai aguardar a decisão da Justiça sobre o caso. "Vamos esperar qual será a decisão do juiz. Depois dela vemos o que precisamos fazer", afirmou.
Já Nilo Pompílio da Hora disse que não havia sido informado sobre o caso e que buscaria esclarecimentos. A Folha não encontrou os advogados que defendem o policial Osvaldo Souza e Antonio Petrus Kalil Filho.