Folha de S. Paulo


Monica Schmiedt (1961-2016)

Mortes: Uma apaixonada cineasta gaúcha

Peças de teatro, filmes de ficção, documentários. Monica Schmiedt gostava de estar à frente dos projetos que tocava, fosse trazendo as ideias, produzindo ou dirigindo.

"Determinação era seu diferencial. Não aceitava a ideia de que os homens trazem as ideias e uma produtora aparece pra viabilizar. Ela ia lá e fazia", conta a amiga Liliana.

Nascida na pequena cidade gaúcha de Não-Me-Toque, a filha de agricultores foi para Porto Alegre na adolescência, para estudar. Passou pelo colégio Sinodal antes de cursar história e arquitetura.

A paixão por teatro e cinema, porém, falou mais alto. Sem nunca trabalhar nas áreas em que estudou, ela começou, nos anos 80, a trabalhar como atriz, designer e produtora-assistente, até se tornar produtora e, mais tarde, diretora. Fez parte do grupo que mudou o cinema no Estado, até então focado no campo e nas culturas locais.

Produziu filmes como "O Mentiroso", "Ilha das Flores" e "O Quatrilho" –o último indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro. Também teve produção campeã nos festivais de Brasília e Gramado.

Mesmo quando não estava trabalhando, ela não dispensava o teatro e o cinema, mas também gostava de esportes, em especial, escaladas. A paixão chegou a ser abordada em "Extremo Sul", que chega a mostrá-la escalando.

Sua mais recente produção, "Prova de Coragem", também aborda a vida de um alpinista. Monica trabalhou no filme até o final, mas não conseguiu ver o lançamento, marcado para 12 de maio.

Morreu no dia 28, aos 54, devido a um câncer. Deixa marido, mãe, irmão e amigos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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