Folha de S. Paulo


Pesca na foz do rio Doce continua proibida após contaminação por lama

A pesca na foz do Rio Doce, no Espírito Santo, continuará proibida numa área de 80 quilômetros no mar por pelo menos mais 30 dias devido à contaminação causada pela lama que vazou das barragens da Samarco na cidade de Mariana (MG).

Em reunião nesta quarta-feira (30) entre pesquisadores e representantes de órgãos ambientais que formam um grupo de trabalho criado para monitorar os problemas decorrente do mar de lama, ficou decidido que o monitoramento da água da região vai continuar a ser feito e serão realizadas novas expedições com navio para recolher mais dados sobre a qualidade da água e a contaminação.

Segundo o presidente do ICMBio (Instituto Chico Mendes), Cláudio Maretti, órgão responsável pela conservação dos parques nacionais, ainda estão sendo analisados os dados preliminares recolhidos nas duas campanhas anteriores, realizadas após o acidente.

Dados preliminares apontam para uma contaminação de até 140 vezes acima dos padrões recomendados em animais encontrados na região em uma mostra. Mas outras amostras apontam para uma contaminação menor.

METODOLOGIA

Será necessário criar uma metodologia para chegar a uma média das mais de mil amostras já pesquisadas para apontar se as contaminações ainda impedem a volta da pesca.

Segundo ele, também é necessário comparar os níveis de contaminação encontrados nas primeiras campanhas com dados anteriores da região, que não estavam disponíveis na mesma quantidade e qualidade do que foi realizado após o acidente.

"São dados preocupantes. Mas não são conclusivos", disse Marretti sobre o nível da contaminação, lembrando que nos próximos 30 dias vai ser tomada nova decisão sobre manter ou não a proibição da pesca.

Os dados também vão servir, segundo ele, para calcular possíveis multas à Samarco pelo descumprimento da lei ambiental.


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