A paralisação de profissionais do Uber –aplicativo que conecta motoristas particulares a passageiros– nesta segunda -feira (28) teve baixa adesão na capital paulista.
Segundo integrantes da direção da empresa, o serviço não foi prejudicado.
Durante todo o dia, a Folha conseguiu localizar carros em diferentes bairros da cidade, nas regiões central e oeste.
A espera pela modalidade mais luxuosa, o Uber Black, era de aproximadamente seis minutos.
Na modalidade mais barata, Uber X, a demora estava entre dez e 11 minutos.
Motoristas anunciaram na última semana que manteriam o aplicativo desligado das 5h desta segunda até as 5h de terça (29).
Já a Amparu (Associação dos Motoristas Parceiros da Região Urbana do Brasil), diz que a adesão foi de 80% dos cerca de 6.000 cadastrados na cidade –são 10 mil no país.
A entidade diz que o percentual se repetiu em outros estados.
Alguns motoristas disseram que houve casos de pessoas que aderiram ao protesto e foram descredenciados. A Uber nega.
Segundo o presidente da entidade, Nelson Bazolli, 56, a paralisação é para exigir o fim dos 15% de desconto na tarifa, oferecido desde o ano passado pela empresa.
Segundo ele, os parceiros da Uber não estão vendo mais vantagem em atuar pelo aplicativo.
"Quando começamos a trabalhar, tínhamos um lucro bom trabalhando 12 horas e rodando 220 km num dia. Após os descontos, o motorista precisa rodar 300 km durante 15 a 18 horas para valer a pena", afirmou.
Bazolli diz que vem solicitando uma reunião com a direção da empresa para negociar mudanças no sistema de remuneração.
"Já pedimos, mas não somos recebidos desde 28 de janeiro", disse.
Em nota, a empresa diz que o protesto representa uma porcentagem pequena dos motoristas.
"A Uber melhorou a experiência dos motoristas com flexibilidade, mais oportunidades econômicas e canais de comunicação. Qualquer um pode falar com a Uber, a qualquer momento e existe uma série de formas de os motoristas parceiros nos acionarem para falar de suas preocupações", diz a nota.