Folha de S. Paulo


Diva Benevides Pinho (1925-2016)

Mortes: Dinâmica filósofa, economista e artista plástica

Estudar, educar, trabalhar. Essas não eram obrigações, mas sim as ocupações que mais davam prazer a Diva Benevides Pinho. Brincava com a aposentadoria compulsória alcançada aos 70 anos, chamava-a de "expulsória".

Nascida em Cajuru (a 298 km de São Paulo), acumulou desde pequena boas notas e prêmios por desempenho em várias escolas. Mudava com frequência por causa do trabalho do pai nas ferrovias.

Aos 17 anos, deixou a casa dos pais e foi para a capital paulista com uma amiga para estudar filosofia. Se apaixonou pelo curso, pela USP e também por Carlos, um veterano que se tornou seu grande companheiro. Ficaram casados por mais de 60 anos, até a morte dele, em 2009.

Tornou-se professora de filosofia da USP, até ser convidada a integrar a FEA (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade) na mesma universidade. Abraçou a economia, defendendo cinco teses e escrevendo mais de 30 livros sobre o tema.

Ao se aposentar, não conseguiu ficar parada e encontrou nas artes plásticas uma nova área a ser explorada. Começou como hobby, mas ela logo se destacou e começou a expor seu trabalho. Logo, estava estudando o mercado da arte e até escreveu um livro sobre o assunto.

Com olhar carinhoso, Diva não tinha problemas em corrigir os outros. Era professora mesmo fora da sala de aula. Apesar de parecer frágil, era forte e determinada, chegando a fundar um instituto voltado a encontros culturais.

Morreu no dia 3, aos 90 anos, após um AVC. Deixa uma afilhada, cunhadas, sobrinhos e muitos alunos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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