Folha de S. Paulo


Governo de SP confirma a morte de 20 pessoas após tempestade no Estado

A tragédia vista do alto

O Corpo de Bombeiros confirmou na manhã deste sábado (12) a morte de mais uma pessoa em decorrência do temporal, que atingiu a Grande São Paulo e algumas cidades do interior na noite de quinta (10) e a madrugada desta sexta (11).

Com isso, sobre para 20 o número de vítimas no Estado, de acordo com o secretário da Segurança de São Paulo, Alexandre de Moraes, que visitou a cidade de Mairiporã, uma das mais atingidas nesta manhã.

Os bombeiros buscam ainda por seis desaparecidos: cinco em Mairiporã e um em Cajamar. Nesta madrugada, a corporação já havia localizado a 19ª vítima: uma pessoa que afundou enquanto atravessava um dos pontos de alagamento na cidade de Franco da Rocha. Quando a vítima foi localizada pelos bombeiros, na Estrada do Governo, estava em parada cardíaca. Ela chegou a ser socorrida para o Hospital Estadual de Francisco Morato, mas não resistiu.

Das 20 mortes, 18 estão na Grande SP. Segundo o Corpo de Bombeiros, 8 pessoas morreram em Francisco Morato, 5 em Mairiporã e 2 em Itapevi, todas vítimas de soterramento. Outras três morreram afogadas: uma em Guarulhos, uma em Cajamar e outra em Franco da Rocha

No interior, duas pessoas morreram por afogamento em Itatiba, região de Campinas. Um homem foi levado pela enxurrada, e outro foi encontrado dentro de um bar alagado. Até o momento, seis pessoas estão desaparecidas, todas em Mairiporã.

Nível de chuva por cidade - das 16h do dia 10 às 16h do dia 11 de março

Chuva em SP

A Prefeitura de Mairiporã também confirmou que sete pessoas ficaram feridas em decorrência da chuva. Há previsão de chuva para a cidade neste sábado.

Os bairros em maior situação de risco, segundo a prefeitura, são o Parque Náutico, Flor da Bragança, Jardim Carpi, Jardim Henrique Martins, Jardim Fernão Dias, Capoavinha, Jardim Santana Jardim Brilha e Mato Dentro. A prefeitura pede ainda que às pessoas que estão em áreas de risco devem deixar suas casas e procurar acolhimento no Ginásio de Esportes.

A Folha fez uma cobertura em tempo real aqui.

Como acontecem os deslizamentos

SEM CASA

Segundo números Defesa Civil estadual, atualizados às 20h desta sexta-feira (11), 145 pessoas estão desabrigadas e outras 1.599, desalojadas (na casa de familiares ou amigos). Os casos são registrados em sete cidades: Francisco Morato, Mairiporã, São Roque, Itupeva, Atibaia, Sorocaba e Cabreúva.

A Defesa Civil informou que o número ainda pode ser atualizado. O registro de algumas prefeituras é diferente dos dados do órgão. Em Francisco Morato, por exemplo, o município registra 320 desalojados e 29 desabrigados. A Defesa Civil registrava somente 200 desabrigados.

A prefeitura de Franco da Rocha informou que mais de 200 famílias foram para casa de parentes. Outras quatro famílias foram levadas para abrigos.

CHUVA INTENSA

Marcelo Schneider, do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), afirma que uma conjunção de diferentes fenômenos climatológicos se encontram em SP, o que causou essa longa tempestade. "A chuva da não foi curta e intensa. Ela foi duradoura e intensa", afirma.

Schneider explica que a chuva sobre a Grande SP, que também atingiu o interior, veio em quatro "ondas": 1) pancadas isoladas às 12h de quinta; 2) tempestade no fim da tarde; 3) chuva mais intensa entre as 22h e as 23h; 4) nova tempestade na madrugada.

A chuva foi tão forte que uma represa do Cantareira passou rapidamente de 35% para 99% de sua capacidade. Para evitar que se rompesse, a Sabesp abriu as comportas e liberou parte dessa água, ampliando a cheia em algumas cidades da Grande SP.

A chuva, segundo a prefeitura, provocou o transbordamento dos rios Pinheiros e Tietê, o que não acontecia ao mesmo tempo havia 11 anos.


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