No Jardim Ângela, zona sul de São Paulo, uma família enfrenta o drama de ter a casa desmoronada por conta das chuvas pela segunda vez. O imóvel em que vivia foi soterrado na madrugada desta sexta (11) em decorrência das fortes chuvas que atingiram a região.
Estavam na casa 14 pessoas, 8 delas crianças. Eugenio Rodrigues Lemos, 58, conta que já tinha passado pela situação em janeiro de 2009, quando a casa deles foi destruída pelo mesmo barranco.
O neto de Eugenio, Diogo Vinícius Nascimento Feitosa, 10, descreve o ocorrido na madrugada. O menino diz que acordou para ir ao banheiro. "Quando voltei, deitei e ouvi um barulho. Abri meus olhos e vi o telhado caindo, aí chamei minha mãe", diz Diogo, que dividia um beliche com a irmã mais nova. "Pensei que todo mundo tinha morrido. Gritava 'mãe, todo mundo morreu'". Eles então gritaram por socorro e foram retirados dos escombros por um tio.
Como acontecem os deslizamentos
Vizinhos da família, o casal Marileide Barbosa e Hipólito de Andrade lamenta a nova perda. "Eu não consigo dormir quando chove. Passei a noite toda acordada. Fiquei traumatizada desde a destruição em 2009", conta Marileide, 47.
A reforma na casa deles só terminou em outubro passado, quando voltaram para o imóvel com os três filhos. "Eu sou diarista e meu marido é porteiro. Ficamos mais de seis anos reconstruindo a nossa casa e agora temos que sair de novo", afirma.`
MORTOS
Ao menos 18 pessoas morreram em decorrência da chuva que atingiu a Grande São Paulo e interior do Estado, entre a noite desta quinta (10) e a madrugada desta sexta (11).
Na Grande São Paulo, foram 16 mortes, segundo o Corpo de Bombeiros. Oito pessoas morreram em Francisco Morato, quatro em Mairiporã e duas em Itapevi, vítimas de soterramento. Duas morreram afogadas: uma em Guarulhos e outras em Cajamar. Até o momento, foram confirmados seis desaparecimentos, todos em Mairiporã.
No interior, os bombeiros encontraram dois corpos em Itatiba (a 84 km de São Paulo), na região de Campinas.
Na zona sul de São Paulo, os bombeiros resgataram quatro pessoas dos escombros de uma casa que desabou na rua Achaira, no Jardim Angela. As marginais Tietê e Pinheiros transbordaram, o que ocorreu pela última vez há 11 anos.
Devido a alagamentos nas linhas da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), a linha 7-Rubi circula com maiores intervalos entre as estações Campo Limpo Paulista e Jundiaí. A circulação entre Francisco Morato está sendo realizada por ônibus gratuito estacionados em frente as estações. Já a linha 8-Diamante circula com velocidade reduzida e maior tempo de parada entre as estações Barueri e Itapevi.
