Folha de S. Paulo


Ceagesp perde 200 toneladas de frutas com enchente da última madrugada

Chuva

A chuva desta última madrugada em São Paulo inutilizou 200 toneladas de frutas da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), o maior centro de abastecimento do país, na zona oeste da cidade.

O setor mais atingido pelas chuvas foi o de abacaxi, coco e, principalmente, de melancias. Todas as frutas atingidas estavam sendo trituradas na manhã desta sexta-feira (11). "Como norma, temos que descartar todos os produtos para evitar contaminação", explica Elmer Marques, gerente da Ceagesp.

Pelo menos 18 pessoas morreram por causa das chuvas na Grande São Paulo e no interior do Estado.

As 200 toneladas de produtos danificados representam mais ou menos seis dia de vendas das três frutas n Ceagesp. A companhia acredita que, mesmo assim, não há risco de desabastecimento. Segundo a assessoria, chegam a Ceagesp cerca de 12 mil toneladas de alimentos, entre frutas, verduras, legumes e pescados.

Segundo a companhia, por volta das 3h, a água da chuva invadiu o local e atingiu as frutas. A Ceagesp diz que o sistema de escoamento do local estava limpo, mas não conseguiu dar conta do intenso volume de chuva.

A Ceagesp chegou a ficar fechado. Na manhã de sexta, comerciantes limpavam suas bancas e apenas o setor de melancias, abacaxi e coco.

PREJUÍZOS

Permissionários da Ceagesp estimam perdas de mais de R$ 60 mil decorrentes da enchente no local.

"Perdi quatro caminhões de melancia. Um prejuízo de R$ 60 mil. Fazia tempo que isso [enchente] não acontecia aqui. Agora é tocar o barco pra frente", disse Akira Matsumoto, 64, permissionário desde os anos 70.

A banca dele foi uma das mais afetadas. Centenas de melancias estragadas foram amontoadas no chão. Funcionários então jogavam as frutas em um caminhão de lixo, que as amassava.

Dentro do galpão, melancias, abacaxis e outras frutas se misturam com a lama no chão.

"Perdemos 4.000 abacaxis e 300 melancias. Ainda não dá para saber direito, mas perdemos uns R$ 20 mil", diz Joelma Costa, 23, também permissionária.

Em alguns pontos, contam os permissionários, a água chegou a um metro de altura.

Funcionários do sindicato da categoria visitam as barracas para contabilizar as perdas. Ainda não há previsão de reabertura do setor.

Chuva na cidade de São Paulo


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