Folha de S. Paulo


Veja como a dengue avançou pelas cidades paulistas em 2015

Rápido e abrangente. Assim foi o avanço da dengue pelos municípios paulistas em 2015.

Segundo dados do governo de São Paulo, 75% das cidades paulistas tiveram alto índice de contágio da doença no ano passado, o que atingiu mais de 650 mil pessoas.

A Folha preparou um infográfico para ajudar a compreender a escalada da doença no Estado.

A dengue em 2015 no Estado de SP

Nele, o município passa a ser indicado no mapa com a cor amarela quando a incidência por dengue chega ao nível médio, segundo parâmetros do Ministério da Saúde. Este patamar é definido quando os casos de dengue, acumulados semana após semana, atingem o índice de 100 a 300 casos para cada 100 mil habitantes.

O município ganha a cor vermelha –indicativo de incidência alta– quando o índice de casos supera os 300 para cada 100 mil habitantes.

As incidências foram calculadas considerando os casos confirmados a cada semana pela Secretaria da Saúde e a estimativa populacional do IBGE.

Pelo mapa, é possível notar que 11 municípios iniciaram o ano passado com índices alarmantes de dengue.

Dengue em 2015

Foi o que aconteceu com o município de Aguaí, na região de Campinas. A cidade já vinha enfrentado um surto da doença em 2014 e na primeira semana de 2015 registrou 202 novos casos de dengue.

Diante de uma população de cerca de 35 mil habitantes, os 202 casos fizeram com que o índice de infecção da doença fosse a 579 a cada 100 mil habitantes (quase o dobro do necessário para classificar uma cidade com alta propagação de dengue).

Na segunda semana de 2015, já eram 26 as cidades com alta incidência. Na terceira, 41.

A partir desta semana, a doença começa a crescer de rápida no entorno dos municípios de Marília, Getulina e Pompeia, no centro do Estado. Outro ponto crítico se deu na faixa entre Itapira e Porto Ferreira, passando por Pirassununga e Mogi-Guaçu.

Doenças transmitidas pelo Aedes aegypti

Ao redor destes dois pontos, a doença cresceu até meados de março, quando as "manchas" formadas pela dengue nos dois pontos se encontraram. A décima semana epidemiológica foi o período com maior número de novos casos em todo o Estado: quase 56 mil.

Neste ponto, a dengue já atingia mais de 245 mil paulistas, fazendo com que todo Estado estivesse com uma alta incidência da doença.

Na 14ª semana, em abril, os novos diagnósticos da doença começam a desacelerar lentamente. Um dos grandes problemas no quente ano de 2015 é que, mesmo no inverno, novos casos foram diagnosticados, contrariando uma tendência do mosquito Aedes aegypti.

No meio de agosto, na 34ª semana, os diagnósticos da doença voltaram a subir, já apontando para um cenário de epidemia difícil de ser contido em 2016.

A cidade de Nova Castilho, por exemplo, na região de São José do Rio Preto, conseguiu a façanha de ser a única cidade paulista, num raio de 160 km, a ter ficado livre da doença –incidência zero.

A prefeitura local justifica que o tamanho da cidade foi decisivo para o fenômeno, pois o combate ao mosquito foi facilitado por haverem apenas 400 casas por lá.

Mas o tamanho não é tudo no combate à dengue. A cidade de Onda Verde, com apenas 4.200 habitantes, registrou 715 casos de dengue.

Como efeito, a cidade do noroeste do Estado alcançou o topo do ranking paulista de cidades mais atingidas pela doença com o índice proporcional de quase 17 mil casos a cada 100 mil habitantes.

Em segundo lugar, ficou a cidade de Estrela d'Oeste, no noroeste do Estado, com um índice proporcional de 16 mil casos de dengue a cada 100 mil habitantes.

Entre as cidades com mais de 100 mil moradores, a campeã foi Rio Claro. Encerrou o ano com uma taxa de 10,7 mil casos por 100 mil habitantes.

2016

Neste ano, até a última semana de fevereiro, 29 municípios já apresentavam alto índice da doença no Estado. Nessa mesma época do ano passado, eram 167 cidades. Mas mais uma vez os municípios do norte e noroeste do Estado estão entre os mais atingidos.

Dengue em 2016

O avanço da dengue no Estado mostra a permanência do mosquito Aedes Aegypti. A presença do mosquito, mais do que em 2015, é preocupante já que ele é capaz de transmitir também chikungunya e o vírus zika, associado a recentes casos de microcefalia.


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