Folha de S. Paulo


18º corpo da tragédia de Minas é encontrado dentro de caminhão-pipa

Reprodução/Twitter/Bombeiros_MG
14h01-ATUALIZAÇÃO-BOMBEIROS ENCONTRAM PENÚLTIMA VÍTIMA EM MARIANA.
Restos do caminhão onde 18ª vítima de desastre em Mariana foi encontrado

O corpo da penúltima vítima do rompimento da barragem de Fundão foi encontrado nesta quarta-feira (9), em Mariana (MG), mais de quatro meses após o desastre, segundo os bombeiros.

No total, 19 pessoas morreram na tragédia, mas um dos cadáveres ainda não foi localizado. A 18ª vítima foi achada a 800 metros de onde Fundão ruiu e estava dentro de um caminhão-pipa.

A Polícia Civil de Minas Gerais informou que o corpo foi reconhecido pela família de Aílton Martins dos Santos, 55, um dos desaparecidos e que era motorista de um pipa da Integral Engenharia, empresa terceirizada da Samarco, responsável pela barragem.

Ele havia sido contratado um mês antes da tragédia e morava em Catas Altas, cidade vizinha a Mariana. Segundo Emerson dos Santos, seu filho, Aílton saía de casa todos os dias às seis da manhã no ônibus da empresa.

Desde dezembro, os bombeiros não encontravam corpos das pessoas que morreram por conta do 'tsunami' de lama de rejeitos minerais.

O caminhão foi encontrado por uma escavadeira da Samarco, que realizava obras no local, debaixo de dois metros de lama, na região em que os bombeiros supunham que o corpo poderia estar.

Quatro homens da corporação trabalharam durante dois dias para escavar a cabine do veículo, segundo o tenente Júlio César Teixeira, que participou da operação.

Aílton será enterrado no município de Catas Altas (MG), onde morava.

Com isso, resta desaparecido apenas Edmirson José Pessoa, 48, funcionário da Samarco havia 19 anos.

Alexandre Rezende/Folhapress
Emerson Santos, 30, filho de Aílton Martins dos Santos, a 18ª vítima da tragédia em Mariana
Emerson Santos, 30, filho de Aílton Martins dos Santos, a 18ª vítima da tragédia em Mariana

DESTRUIÇÃO

Além de ter provocado 19 mortes, o rompimento da barragem da Samarco, mineradora controlada pela Vale e pela anglo-australiana BHP Billiton, deixou um rastro de destruição que chegou ao litoral do Espírito Santo, a 600 km de distância.

As polícias Federal e Civil indiciaram sete pessoas sob suspeita de crime ambiental e homicídio dolo eventual (quando se assume o risco de matar). A Samarco, a Vale e a VogBr (que fez o último laudo de estabilidade da barragem) também foram indiciadas no processo que apura crime ambiental.

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