Folha de S. Paulo


Em crise, Jockey de SP retoma corrida de cavalos após greve de funcionários

Em vez do galope acelerado dos cavalos, silêncio. Durante dois finais se semana consecutivos, o Jockey Clube de São Paulo –inaugurado em 1875– não teve corridas.

Uma greve de funcionários, que teve fim na quarta (3), foi a causa da quebra da tradição que já dura 140 anos na cidade, conforme antecipou a colunista da Folha Mônica Bergamo, no último dia 23.

As apostas deixaram de ocorrer nos dias 20, 21, 27 e 28 de fevereiro, após a paralisação aderida por aproximadamente 250 dos 370 funcionários do Jockey.

Com isso, não havia estrutura para colocar animais como a égua Diva Normada nem os cavalos Enfeitado e Ultra Amigo para correr sob a condução dos jóqueis.

Eduardo Knapp - 08.out.13/Folhapress
Em crise, Jockey de SP suspendeu corrida de cavalos por duas semanas
Em crise, Jockey de SP suspendeu corrida de cavalos por duas semanas

De acordo com o Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Hípicos no Estado de São Paulo, os salários estão atrasados desde novembro do ano passado. Na quarta, eles entraram em acordo com a direção do clube para pagar de maneira parcelada os valores devidos.

Há anos, o Jockey sofre com problemas financeiros. A dívida atualmente gira em torno de R$ 48 milhões, segundo a direção.

Só em pagamentos de prêmios atrasados já são R$ 9 milhões.

Em entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo", o presidente do Jockey, Eduardo da Rocha Azevedo, disse compreender a decisão dos funcionários de fazer a paralisação. "Eles estão no direito deles. Compreendo perfeitamente", afirmou.

Desde 2011, quando assumiu a direção, Azevedo impôs uma agenda para dar fim à crise financeira, causada pela queda do número de admiradores do turfe.

No entanto, sócios tentam barrar medidas para equacionar as dívidas, como a venda de três imóveis do Jockey. Uma sede social do clube no centro de São Paulo já foi vendida por R$ 90 milhões.

Nestes sábado (5) e domingo (6), as corridas voltaram a ocorrer.


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