Folha de S. Paulo


Ribeirão Preto registra explosão de casos suspeitos de zika

Município que vive um caos na rede pública de saúde devido à epidemia de doenças provocadas pelo mosquito Aedes aegypti, Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) já registrou 2.326 casos suspeitos de vírus da zika neste ano.

O total inclui 379 gestantes que apresentaram manchas vermelhas no corpo e aguardam o resultado de exames. As informações constam de boletim epidemiológico divulgado nesta segunda-feira (29) pela secretaria da Saúde de Ribeirão.

Os dados, referentes ao período de 1º de janeiro a 15 de fevereiro, apontam uma explosão nos casos suspeitos de zika. Foram registrados 440 em todo o mês passado e, só nos primeiros 15 dias deste mês, houve 1.886 notificações.

A notificação de casos de gestantes também teve alta significativa desde janeiro. Dos 87 casos de grávidas que tiveram manchas vermelhas e foram submetidas a exames, 14 confirmaram a presença do vírus da zika e seis foram descartados. Os demais aguardam os resultados dos exames.

Já em fevereiro, foram 312 notificações, ainda sem nenhum resultado. As grávidas foram submetidas a exames pela prefeitura devido à associação entre o vírus da zika e a microcefalia em recém-nascidos.

A cidade teve, desde 2015, cinco notificações de microcefalia, nenhuma relacionada à infecção pelo vírus da zika, de acordo com a Vigilância Epidemiológica.

Os casos de dengue já somam 5.848 confirmações na cidade, sendo 2.064 deles em fevereiro. O volume já supera o total de todo o ano passado (5.272). Há, ainda, 87 suspeitas de chikungunya; 41 de janeiro e 46 deste mês.

Por causa da alta infestação do aedes, a cidade prevê enfrentar uma epidemia histórica de dengue, com até 60 mil casos da doença.

Doenças transmitidas pelo Aedes aegypti

SUPERLOTAÇÃO

A UBDS (Unidade Básica Distrital de Saúde) Central viu a média de atendimentos diários saltar de 600 para 900 devido à procura de pacientes com suspeitas de alguma das doenças.

Na única UPA (Unidade de Pronto-Atendimento), projetada para atender 400 pessoas por dia, a média também atinge 900 –antes do início de epidemia, eram 600. Essa superlotação tem provocado lentidão no atendimento –que chega a cinco horas; e queixas de pacientes e acompanhantes.

Agressões verbais, chutes em portas, vidros quebrados, empurrões e até prisões de pacientes passaram a fazer parte da rotina de profissionais da saúde que atuam no atendimento de casos de dengue.

SEM REDE SOCIAL

A prefeita de Ribeirão, Dárcy Vera (PSD), publicou decreto no "Diário Oficial" do Município da última sexta-feira (26) proibindo o uso de celulares, tablets, mp3 e outros aparelhos eletrônicos que permitam o acesso às redes sociais e ao aplicativo WhatsApp por servidores municipais durante o expediente nas unidades de saúde.

Segundo o decreto 32/2016, só será liberado o uso em situações emergenciais, com autorização do responsável pelo setor. Em caso de descumprimento, o servidor será orientado e, em caso de reincidência, poderá ser alvo de sindicância administrativa.

A decisão foi tomada após Dárcy ser procurada por acompanhantes de pacientes que se queixavam da demora no atendimento na UBDS do bairro Quintino Facci 2. Ela foi ao local, disse ter constatado desacato de servidoras e abriu uma sindicância.

Editoria de Arte/Folhapress
Clique na foto e veja o especial sobre o vírus da zika e microcefalia
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