Folha de S. Paulo


Brasil receberá aparelho de radiação nuclear que esteriliza mosquito Aedes

J. Inacio / Brasil/IAEA
O diretor-geral da AIEA, Aldo Malavasi (centro) com peritos da agência em reunião organizada pelo Ministério da Saúde, em Brasília
O diretor-geral da AIEA, Aldo Malavasi (centro), com peritos da agência durante reunião, em Brasília

A AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) afirmou que vai facilitar a transferência de um irradiador de células gama para o Brasil para ajudar no combate ao mosquito Aedes aegypti, responsável pela transmissão da dengue, zika e chikungunya.

O método baseado na radiação nuclear é usado para esterilizar o mosquito macho do aedes e, com isso, diminuir a população desses mosquitos. Eles são submetidos à radiação gama, cuja fonte radioativa é o Cobalto 60, quando ainda estão na fase de pupa (última etapa antes da fase adulta ou alada).

Editoria de Arte/Folhapress
ARMA GENÉTICAEntenda como é feito o Aedes aegypti modificado

O anúncio foi feito nesta terça-feira (23) após dois dias de reuniões com especialistas para tratar do uso de técnicas nucleares para o controle do aedes na América Latina e no Caribe, em Brasília. O encontro, organizado em cooperação com o Ministério da Saúde brasileira, é parte da resposta da AIEA ao atual surto do vírus da zika na América do Sul e Central.

Os primeiros testes da Técnica do Inseto Estéril (TIE) foram planejados pela organização Moscamed (organização social ligada aos governos federal e da Bahia), criada para implementar a tecnologia no país. O equipamento será transferido para a biofábrica da organização em Juazeiro (BA).

"O irradiador vai permitir que as nossas instalações produzam até 12 milhões de aedes machos esterilizados por semana, atingindo até 750 mil pessoas em 15 municípios nos Estados da Bahia e de Pernambuco, que têm sido particularmente atingido por zika", disse o diretor da Moscamed, Jair Virgínio.

A AIEA informou que "uma vez liberados, esses mosquitos machos acasalam com fêmeas que não vão produzir larvas, efetivamente suprimindo a população de insetos ao longo do tempo". A agência lembrou ainda que a técnica tem sido usada com sucesso há mais de 50 anos no combate às pragas na agricultura.

Doenças transmitidas pelo Aedes aegypti


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