Folha de S. Paulo


Irmã deu bronca em Haddad devido à redução da velocidade nas marginais

Marlene Bergamo/Folhapress
Placas mostram novos limites de velocidade na pista expressa da marginal Tietê
Placas mostram novos limites de velocidade na pista expressa da marginal Tietê

O prefeito Fernando Haddad (PT) revelou durante uma aula a alunos da UFABC (Universidade Federal do ABC) ter recebido uma bronca de uma irmã devido à redução da velocidade nas marginais Tietê e Pinheiros.

A afirmação foi feita em tom de brincadeira, durante sobre políticas públicas organizador por alunos do campus da UFABC de São Bernardo do Campo.

Haddad disse ter sido "convocado" à casa da irmã para tratar da mudança de velocidade nas marginais, que caiu de 70 km/h para 50 km/h nas pistas locais. "Ela estava com o computador ligado. Ela falou: vê o que tá acontecendo no meu Facebook, vê quantos amigos eu perdi por sua causa", disse, arrancando risos da plateia.

O comentário ocorreu em meio a um discurso pontuado por críticas ao papel das redes sociais e da imprensa no debate sobre políticas públicas. Para Haddad, ambos não têm conseguido aprofundar a discussão sobre a cidade.

"São Paulo é mais discutida pela imprensa internacional que pela imprensa local", disse. "Os jornais discutem cada vez menos políticas públicas. As revistas discutem pouco política pública. A radiodifusão está cada vez mais prisioneira do espetáculo".

O prefeito afirmou que outro desafio do gestor é a falta de continuidade das políticas urbanas.

"A cidade de São Paulo talvez seja das grandes metrópoles do mundo a que sofreu a maior descontinuidade das políticas públicas. Saúde e transporte, vocês vão ver que a cada governo o ponteiro se movia para uma direção", disse.

POLÍTICA

Questionado sobre dilemas da política nacional, Haddad afirmou que o país vive uma "guerra fria civil".

"Tem muita deslealdade hoje na política. Em busca do poder, as pessoas às vezes cometem equívocos, como se a oposição tivesse que ter uma posição de vale-tudo para chegar ao poder", afirmou.

Sem citar o nome do ex-presidente Lula, alvo de investigação da Polícia Federal, o prefeito afirmou ser importante defender pessoas acusadas injustamente. "Se eu sei que é uma pessoa correta, e eu não vou na defesa dela, estou cometendo um erro contra a sociedade."

Sobraram farpas também para o PT que, segundo ele, junto com o PSDB, não conseguiu fazer a reforma necessária na esfera política. "As regras importam, não basta a correção, a firmeza de caráter. Regras ruins produzem sistemas ruins", disse.


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