Enquanto a Prefeitura de São Paulo pede à população para se prevenir contra dengue, zika e chikungunya, os cemitérios municipais viraram focos para a reprodução do mosquito Aedes aegypti, transmissor das doenças.
No cemitério Vila Nova Cachoeirinha (zona norte), o mato entre os túmulos tem mais de um metro de altura e cobre as lápides.
No ponto mais alto, pombas se concentram, atraídas por alimentos deixados em oferendas religiosas. Elas não são recolhidas há semanas, segundo frequentadores, e acumulam água da chuva.
A aposentada Marlene Rinaldi Molina, 68, foi procurar o túmulo de seu irmão na semana passada e quase caiu em outra cova, que havia sido aberta por causa da chuva forte. "Levei o maior susto, até passei mal", afirmou.
Sujeira acumulada e poças de água também foram vistas pela reportagem nos cemitérios da Quarta Parada (zona leste) e Consolação (centro).
Os funcionários dos cemitérios tombam vasos na tentativa de coibir a reprodução do mosquito, mas o trabalho não é suficiente. "Os donos dos túmulos brigam com a gente e voltam a colocar os vasos de pé", disse um
coveiro no cemitério Chora Menino (zona norte).
| Julia Chequer/Folhapress | ||
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| Lixo acumulado no cemitério da Quarta Parada, na zona leste de São Paulo |
OUTRO LADO
Em nota, o Serviço Funerário Municipal defendeu que "é quase impossível manter toda a área roçada na época de chuvas", mas afirmou que faz mutirões de limpeza nos cemitérios quinzenalmente.
O órgão disse, ainda, que faz mutirões constantes com a Vigilância Sanitária para combater os focos do mosquito transmissor da zika.