Folha de S. Paulo


Síndrome de Guillain-Barré aumenta em cinco países latinos, diz OMS

Um distúrbio neurológico que pode ter ligação com o vírus da zika tem apresentado cada vez mais casos no Brasil, Colômbia, El Salvador, Suriname e Venezuela, afirmou a OMS (Organização Mundial da Saúde).

A síndrome de Guillain-Barré, um ataque do sistema imunológico a parte do sistema nervoso, causa fraqueza gradual nas pernas, braços e no tronco. Em alguns casos, a doença pode levar à total paralisia.

"No contexto da epidemia do vírus da zika, Brasil, Colômbia, El Salvador, Suriname e Venezuela reportaram um aumento dos casos de síndrome de Guillain-Barré", informou a OMS neste sábado (13) em um relatório semanal sobre o vírus da zika, que agora está disseminado em 34 países, sendo 26 nas Américas.

Síndrome de Guillain-Barré

"A causa do aumento da incidência de síndrome de Guillain-Barré observado no Brasil, Colômbia, El Salvador e no Suriname ainda é desconhecida, mas a dengue, a chikungunya e o vírus da zika estão circulando simultaneamente nas Américas", acrescentou o relatório.

A OMS afirmou que as pesquisas para determinar o porquê do aumento de casos continuam, mas lembrou que não há confirmação laboratorial de presença da zika em pacientes com a síndrome na Colômbia e em El Salvador.

A Venezuela reportou 252 casos de síndrome de Guillain-Barré ocorridos simultaneamente e no mesmo lugar de infecções do vírus da zika, informa o relatório. "A infecção com zika foi confirmada em três dos casos de síndrome de Guillain-Barré, incluindo um caso fatal."

Infográfico: Vírus da zika

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, disse na quinta-feira (11) que três pessoas morreram de complicações do vírus da zika e que o número de casos suspeitos subiu para 5.221.

Mesmo nas melhores condições, de 3 a 5 por cento dos pacientes com a síndrome de Guillain-Barré morrem em decorrência de complicações da doença, que incluem paralisia dos músculos que controlam a respiração, infecção sanguínea, coágulos pulmonares e parada cardíaca, de acordo com a OMS.

Na Polinésia Francesa, todos os 42 casos da síndrome identificados durante a epidemia da zika de 2013 e 2014 testaram positivo para dengue e zika, disse a OMS. Não há ligação provada entre o vírus da zika, a microcefalia e a síndrome de Guillain-Barré, mas a especialista da OMS Marie-Paule Kieny disse na sexta-feira (12) que as suspeitas dos cientistas podem ser confirmadas dentro de semanas.

Editoria de Arte/Folhapress

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