Folha de S. Paulo


Com disparada da dengue, SP confirma 30 novos casos da doença por dia

O ano de 2016 começou com uma disparada dos casos confirmados de dengue na cidade de São Paulo.

Nas três primeiras semanas, quase 30 novas pessoas por dia tiveram a doença comprovada na capital paulista, um aumento de 40% em relação ao mesmo período de 2015, quando a dengue já havia batido todos os recordes.

Esses dados levantados pela prefeitura se referem só às 528 ocorrências atestadas por exames -sem considerar as notificações de casos suspeitos, que tiveram um aumento ainda maior, porém parcialmente atribuído ao estado de alerta da população que procura os hospitais.

Casos confirmados nas 3 primeiras semanas -

O avanço da dengue é visto como um sinal amarelo pela própria gestão Fernando Haddad (PT) por indicar que existe também espaço para a expansão do vírus da zika e da chikungunya –em todos os casos, transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti.

Outro fator de preocupação é que, historicamente, a doença só atinge seu pico perto de abril, e não no verão.

A gestão Haddad já previa um ano difícil de dengue em 2016, mas avaliava que, com algumas ações para combate ao mosquito transmissor, poderia tentar manter uma estabilidade em relação a 2015.

A quantidade de notificações da doença (casos suspeitos devido aos sintomas, mas parte deles já descartada) chegou a triplicar nas três primeiras semanas –4.065, ante 1.346 no ano passado.

"Como há uma preocupação muito maior com os sintomas da dengue, chikungunya e zika, as pessoas que têm uma pequena febre já vão ao serviço de saúde. Isso é bom para nós", diz Alessandro Giangola, coordenador geral de combate ao aedes da Secretaria Municipal de Saúde.

O mapa dos distritos com a doença aponta que a região de Lajeado (zona leste) lidera a incidência de casos.

Além da dengue, foram registrados ainda os dois primeiros casos de chikungunya contraídos dentro da cidade. Ambos são idosos do bairro do Sacomã, na zona sul, que não haviam saído de São Paulo nos últimos meses.

A prefeitura acompanha ainda sete casos de bebês nascidos na capital desde novembro com microcefalia. Em todos eles, as mães relatam terem sentido os sintomas de zika enquanto estavam no Nordeste, epicentro do surto.

A suspeita é que a má formação cerebral em recém-nascidos esteja ligada à infecção da gestante pelo zika.

Incidência de dengue em SP

APOSTAS

Para tentar controlar a expansão das três doenças, a prefeitura diz mirar os focos do mosquito transmissor nas áreas de maior incidência.

Quando alguém é identificado com sintomas de dengue, zika ou chikungunya, é feita uma busca por criadouros do mosquito em um raio de 200 metros a partir de sua casa. Posteriormente, se for confirmado que esse paciente tem um dos vírus, é realizada a nebulização contra a presença do aedes.

Neste ano, pela primeira vez começaram a ser usados testes rápidos de dengue no município. Assim, em questão de 20 minutos é possível decidir se as imediações da casa de um paciente deve ser alvo de um nebulizador.

O Exército também enviou soldados para acompanhar agentes de saúde em busca de criadouros do mosquito na cidade. Segundo a prefeitura, com a presença dos militares, há menor recusa dos moradores em abrir suas casas para uma inspeção.

Editoria de Arte/Folhapress
Clique na foto e veja o especial sobre o vírus da zika e microcefalia
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