Folha de S. Paulo


Ministério da Saúde passará a contabilizar casos suspeitos de zika

O Ministério da Saúde deve recomendar aos Estados e municípios que passem a registrar todos os casos suspeitos de infecções pelo vírus da zika. A medida, que torna a doença de notificação compulsória, deve seguir modelo semelhante ao adotado para registro de casos de dengue no país.

Com a mudança, casos devem passar a serem notificados após o diagnóstico clínico por profissionais de saúde ou a realização de exames que identifiquem o zika.

Até então, o governo não tinha informações sobre o número de pessoas afetadas pelo vírus desde que ele foi identificado no país, em maio de 2015.

Naquela ocasião, a pasta optou por registrar apenas os Estados que possuem circulação do vírus, após confirmar uma pequena amostra de casos por meio de exames. A justificativa é que não havia ampla oferta de testes disponíveis.

Outro impasse é que cerca de 80% das pessoas afetadas não apresentam sintomas. Em geral, a infecção pelo vírus é caracterizada principalmente pela ocorrência de manchas vermelhas pelo corpo, coceira, febre baixa ou ausência de febre, entre outros sintomas.

Embora o quadro seja considerado de baixa gravidade, o zika tem despertado alerta pelo risco de complicações. Recentemente, o vírus tem sido associado ao aumento de casos de microcefalia no Brasil e de doenças neurológicas, como a síndrome de Guillain-Barré.

A situação fez com que a OMS (Organização Mundial de Saúde) declarasse emergência global em saúde pública nesta segunda-feira (1º).

Editoria de Arte/Folhapress

NOVO MODELO

O início do novo modelo de notificação, porém, ainda deve ser discutido com os Estados.

A mudança deve fazer com que o país tenha uma estimativa mais próxima do total de pessoas afetadas pelo vírus zika. No ano passado, projeções do Ministério da Saúde apontavam que um universo entre 500 mil a 1,5 milhão de pessoas tenham sido afetadas pela doença no país.

A estimativa foi feita com base nos casos descartados para dengue e nos Estados com circulação confirmada do vírus da zika.

Hoje, 21 Estados, além do Distrito Federal, têm circulação de zika. Ficam de fora apenas o Acre, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Sergipe e Amapá, de acordo com o último boletim do Ministério da Saúde.


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