Folha de S. Paulo


Cariocas elogiam nova ciclovia, que liga Leblon a São Conrado

Inaugurada na manhã deste domingo (17), a ciclovia que liga os bairros do Leblon e de São Conrado, ambos na zona sul do Rio, tornou-se ponto turístico para os cariocas, que elogiaram o novo percurso, com vista para o mar.

"A vista é sensacional, quando soube que iria inaugurar hoje eu vim. Com uma vista dessas, tem tudo para se tornar um ponto turistico", disse Leonardo Bakket, 32, morador da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. Como muitos moradores da região, ele passa diariamente pela avenida Niemeyer –paralela à nova ciclovia– de carro, a caminho do trabalho.

Moradora da comunidade do Vidigal, cuja entrada fica na avenida Niemeyer, Bruna Gomes, 26, disse que a ciclovia pode ser uma alternativa de transporte para quem vive ali.

"Fiquei feliz porque vai ajudar os moradores do Vidigal. Quem trabalha aqui perto vai poder ir e voltar de bicicleta com segurança. Antes era muito perigoso", disse.

Porém nem todos optaram por usar a nova ciclovia –a Folha flagrou alguns ciclistas usando a via de carros em vez da estrutura recém-inaugurada. A obra, que custou R$ 44,7 milhões, também é compartilhada por pedestres.

Alguns usuários fizeram críticas ao que viram como falhas do projeto. Karina Andrés Silva, 23, que teve o pneu de sua bicicleta furado no percurso, lamentou a falta de locais de apoio para situações como essa.

"A ideia foi ótima, mas poderiam ter feito sem alguns pontos onde existem postes no meio da pista. Isso não existe. Além disso, poderiam colocar um ponto de apoio aos ciclistas. Furei meu pneu e terei que voltar carregando a bicicleta. Poderia ter um local para ajudarem."

A chuva que caiu na região não espantou os cariocas que quiseram conhecer o local. O trecho onde a Folha verificou maior movimento foi entre o Vidigal e o Arpoador.

OLÍMPIADA

O Rio já tem outras faixas nesse formato compartilhado entre ciclistas e pedestres, como a que circunda a lagoa Rodrigo de Freitas, também na zona sul.

Até a Olimpíada, em agosto, a prefeitura quer ligar o centro da cidade a Grumari, na zona oeste, por ciclovias que beiram a orla. Para isso, está construindo mais um trecho, que vai acompanhar o Elevado do Joá, ligando São Conrado à Barra da Tijuca.

Com 3,9 km, o trecho vem somar aos 435 km de malha de ciclovias que o Rio tem atualmente. A gestão Eduardo Paes (PMDB) quer chegar a 450 km até os Jogos.

Para efeito de comparação, em São Paulo o prefeito Fernando Haddad (PT) tem a meta de construir 400 km até o fim deste ano -hoje, a cidade conta com 374 km.

Especialistas veem com bons olhos a implementação dos novos trechos no Rio. "Tem um papel simbólico de fazer a conexão entre o centro, a zona sul e a Barra. Até então, não havia como o pedestre chegar do Leblon a São Conrado", diz a gerente de transportes ativos do ITDP Brasil (Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento ), Danielle Hoppe.

Mas especialistas também apontam que a maior parte dessa rede que beira a orla é destinada ao lazer, e não ao transporte. A zona norte da cidade, com alta densidade populacional, tem apenas 60 km dessa malha.


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