Folha de S. Paulo


MPL não vai a reunião com governo e Promotoria para discutir protestos

O MPL (Movimento Passe Livre) não compareceu na manhã desta quinta-feira (14) para dialogar com a Secretaria da Segurança Pública e com o Ministério Público sobre a organização de protestos em São Paulo.

A reunião, marcada para as 10h, seria para debater o "exercício do direito de livre manifestação e o direito à livre circulação nas vias públicas". Os integrantes do movimento confirmaram dois novos atos na tarde desta quinta, em dois pontos diferentes, sem aviso prévio dos trajetos. Uma manifestação será no largo da Batata e outra no Theatro Municipal, a partir das 17h.

O procurador-geral de Justiça do Estado de São Paulo, Márcio Elias Rosa, disse que propôs uma nova rodada de reuniões na próxima segunda (18), mas, desta vez, com cada parte individualmente. A intenção é fazer com que os integrantes compareçam a reunião para dialogar sobre a organização das manifestações.

PROTESTOS EM SP

O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Alexandre de Moraes, disse lamentar a ausência do MPL. Houve, segundo ele, contato com dois representantes do movimento que, segundo o secretário, disseram que submeteriam o convite à assembleia do movimento.

"Texto constitucional é inegociável", disse Moraes, numa referência ao artigo 5º da Constituição, que determina o aviso prévio às autoridades sobre manifestações. "Há liberdade de manifestação desde com comunicação prévia as autoridades."

De acordo com Moraes, "todos os movimentos que marcam manifestações em São Paulo avisam a Secretaria da Segurança e a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego)". Ele informou ainda que o governo não entrará com nenhuma medida judicial contra o MPL. Se o trajeto da passeata não for informado previamente, a própria secretaria estabelecerá o itinerário.

Moraes voltou a defender a ação na PM no ato de terça-feira (12), quando a tropa utilizou bombas para evitar que os manifestantes marchassem pela avenida Rebouças. "Às vezes as pessoas não entendem por que são lançada bomba de gás. É preferível bomba de gás para dispersar, para evitar o embate físico."

A Folha entrou em contato com integrantes do MPL, mas não obteve retorno.

NA VÉSPERA

Na véspera do encontro frustrado desta quinta, o governo de São Paulo e integrantes do MPL endureceram o discurso e se distanciaram de um acordo para viabilizar manifestações pacíficas contra a alta da tarifa de ônibus, metrô e trens.

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