Folha de S. Paulo


'Estamos longe da normalidade', diz secretário após fim do volume morto

O secretário dos Recursos Hídricos do Estado de São Paulo, Benedito Braga, disse que a volta do Cantareira ao seu volume útil indica que o regime hidrológico de chuvas pode ter voltado à sua normalidade.

Segundo Braga, no entanto, a condição não elimina a necessidade da população continuar economizando água.

Alan Marques-13.out.2015/Folhapress
O secretário de recursos hídricos, Benedito Braga
O secretário de recursos hídricos, Benedito Braga

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Folha: Após 18 meses, o Cantareira recuperou o equivalente ao seu volume morto. Para o governo, qual a relevância deste fato?
Benedito Braga: É um marco na transição de uma situação de crise para uma situação de normalidade [do regime de chuvas]. É um indicador de que a situação climática nos meses de outubro, novembro e dezembro voltaram à normalidade e, em função disso e das obras que o governo fez, resultaram em uma disponibilidade maior de água. É um indicativo de que nós iremos caminhar para a normalidade. É motivo de celebração, sem dúvida nenhuma.

Na opinião do senhor, o fim do volume morto marca o fim da crise? Quando chegaremos ao fim desta crise?"
Nós ainda estamos em situação de atenção. Estamos melhores do que estivemos em 2014 e 2015. Mas continuamos, num estado de atenção. Agora, saber quando vamos voltar à normalidade plena, vai depender da situação climática no ano que vem.

Nós estamos trabalhando também para trazer água nova. Com a obra do rio Itapanhaú, estamos com a expectativa de trazer mais 2,5 mil litros de água por segundo a mais ainda em 2016. Nós temos ainda a entrega das obras do Paraíba do Sul, em 2017, e a PPP de São Lourenço, que vai trazer mais 6,4 mil litros de água por segundo.

De modo que em 2017, nós devemos estar já em uma situação de normalidade, o que vai depender também da condição climática.

Mas queria aproveitar a oportunidade para pedir que a população mantenha a economia de água. Está chovendo, sem dúvida nenhuma. Mas nós ainda estamos longe de uma situação confortável em todos os sistemas. A população precisa continuar mobilizada economizando água e mantenha o padrão de economia.

É possível garantir que não utilizaremos mais o volume morto?
A probabilidade de uma seca como a de 2014, em média, é uma vez a cada 250 anos. Tem uma probabilidade muito pequena de acontecer. Mas acidentes acontecem.


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