Folha de S. Paulo


Cantareira se mantém em alta apesar de retirada maior de água

Apesar do aumento de retirada de água do sistema Cantareira pela Sabesp (empresa paulista de saneamento), o conjunto de represas continua aumentando seu nível. Nos últimos três dias, as represas aumentaram meio ponto percentual.

Neste domingo (20), o sistema tinha 20,3% de sua capacidade. O índice já qualifica o Cantareira a sair de seu volume morto (porção de água que ficam abaixo do nível zero da represa e que é captada por meio de bombas), o que deve ocorrer até o fim do ano, quando ele chegar a 23%.

O Cantareira está há 18 meses no volume morto.

MAIS CHUVA - Água que entra no Cantareira passa da média pela primeira vez desde o início da crise*

AUMENTO DE CAPTAÇÃO

Na semana passada, a Sabesp conseguiu a autorização de órgãos reguladores para aumentar a quantidade de água retirada do crítico Cantareira, de 13,5 mil litros por segundo para 15 mil litros de água por segundo.

A Sabesp justificou o pedido dizendo que o aumento de temperatura no fim de ano somado ao período de festas elevaria o consumo de água.

Segundo a empresa, caso a captação não fosse aumentada, as ocorrências de famílias com torneiras secas, fenômeno que ocorre todos os dias durante horas em milhares de casas há quase dois anos, se agravariam.

A estatal também poderá escolher se usará parte dessa água a mais para levá-la a bairros hoje abastecidos pelo sistema Alto Tietê.

A operação ajudaria a aliviar esse segundo sistema de represas, que fornece água para a porção leste da Grande São Paulo e que está com 21,5% de sua capacidade.

Luis Moura - 14.out.15/WPP/Folhapress
Vista de represa do Cantareira em outubro; nível mantém alta apesar de retirada maior de água
Vista de represa do Cantareira em outubro; nível mantém alta apesar de retirada maior de água

A Sabesp conseguiu esse aumento de captação porque, pela primeira vez desde o início da crise hídrica, o volume de água que entra no sistema Cantareira conseguiu se aproximar da média para o mês.

Neste dezembro, a água que chegou às principais represas do Cantareira está 5% acima da média histórica.

Desde 2013, o segundo melhor resultado para o Cantareira foi em outubro daquele ano, quando a entrada de água ficou 22% abaixo da média. Desde então, as chuvas não caíram sobre o Estado e o volume de água que nutre as represas chegou a ficar 87% abaixo da média em fevereiro de 2014.

Para se ter uma ideia, no pior momento da crise, no início deste ano, o Cantareira recebia 8 mil litros de água por segundo. Neste mês, em um dia, essa taxa chegou a ficar em 93 mil litros por segundo.

A Sabesp e os órgãos reguladores esperam que essa tendência de volta à normalidade do regime de chuvas avance pelos próprios meses.

Assim, a captação de água no Cantareira poderia permanecer em 15 mil litros por segundo no início de 2016 se o reservatório continuar armazenando água.


Endereço da página:

Links no texto: