Folha de S. Paulo


Ministério apura se contágio de zika por transfusão de sangue é grave

O Ministério da Saúde investiga se a transmissão do vírus zika por transfusão de sangue realmente causa sintomas, e se são leves ou graves. Se essa forma de contágio causar infecções graves, o governo mudará regras de doação de sangue no país.

A Divisão de Hemoterapia do Hemocentro da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) afirmou na terça-feira (15) que um paciente foi infectado pelo vírus zika em março, após receber transfusão de sangue de um doador com a doença, em Campinas (93 km de SP). Segundo o diretor da unidade, Marcelo Addas Carvalho, um exame do Instituto Adolfo Lutz confirmou o contágio.

Segundo Carvalho, o paciente que pegou zika não teve sintomas da doença (como coceira, manchas e febre).

Por isso, o Ministério da Saúde quer analisar melhor esse tipo de contágio. O órgão afirmou que já orientou hemocentros do país a perguntar aos doadores se visitaram regiões com presença do vírus próximo à data da doação. Neste caso, é preciso esperar 30 dias para doar sangue.

O Hemocentro da Unicamp já adota essa medida. Em nota divulgada na última terça (15), afirmou que segue todas as exigências internacionais de qualidade e que o caso ocorrido na unidade "não representa uma ameaça" à população.

É a primeira vez que a transmissão por sangue é confirmada no país. Até então, havia comprovação de que o vírus é transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti, o mesmo da dengue.

O Adolfo Lutz ainda pesquisa outras formas de transmissão: além do sangue, relação sexual e amamentação. Ainda não há conclusões.

A Secretaria de Estado da Saúde, que não havia comentado o caso anteontem, afirmou ontem que já havia notificado o ministério em maio.


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