Folha de S. Paulo


Lama de Mariana (MG) deixa reféns de carro-pipa a 400 km de barragem

À espera da lama de rejeitos de minério vinda da barragem que se rompeu em Mariana (MG) no dia 5, a cidade capixaba de Colatina teve a captação de água do rio Doce interrompida à 0h de quarta (18) e precisou de 1 milhão de litros do produto distribuídos por caminhões-pipa.

Esse volume de água, fornecido por 50 veículos, equivale a 30% do abastecimento normal do município.

Com 120 mil habitantes, Colatina é totalmente dependente do rio Doce e está a mais de 400 km de distância de Mariana, onde a barragem da mineradora Samarco (controlada pela brasileira Vale e a anglo-autraliana BHP) cedeu.

Infográfico: Barragem se rompe em MG

A lama, que também afetou outras cidades de MG e ES, deve chegar ao centro de Colatina nesta quinta (19). No vilarejo de Porto Belo, região rural de Colatina, a lama chegou às 15h desta quarta.

O rompimento de uma das barragens da Samarco provocou um "tsunami de lama" que deixou 12 desaparecidos e sete mortos confirmados -há também quatro corpos ainda não identificados.

Colatina separou parte da água para abastecer hospitais e escolas. Um grupo de 130 homens do Exército foi para a região com três helicópteros.

Pipeiros responsáveis pelos caminhões foram até os rios Pancas e São João Grande e as lagoas do Batista e do Limão para captar água e levá-la às estações de tratamento.

Em Porto Belo, a lama deixou os ribeirinhos apreensivos. A comunidade é formada por nove famílias de lavradores. É o caso de Reinaldo Gomes, 42, que vive no local com a mulher e dois filhos.

TRIÂNGULO MINEIRO

Duas semanas depois do vazamento de lama, a mineradora Samarco reconheceu que outras duas barragens (Santarém e Germano, em Mariana) ainda podem ruir.

A cerca de 580 km de lá, Uberaba também foi afetada pela tragédia da mineradora. Cinco bairros da cidade do Triângulo Mineiro ficaram sem água nesta quarta.

A distribuição foi suspensa por falta de sulfato de alumínio, utilizado no tratamento da água. A prefeitura diz que a entrega atrasou porque o fornecedor priorizou municípios na região de Mariana.

Obras nas barragens


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