Folha de S. Paulo


Multa a Samarco por desastre em Mariana deve chegar a R$ 250 milhões

Google/Reprodução e Ricardo Moraes - 10.nov.2015/Reuters
Visão geral do município de Bento Rodrigues antes e após o rompimento da barragem
Visão geral de Bento Rodrigues, em MG, antes e após o rompimento da barragem
Visão geral do município de Bento Rodrigues antes e após o rompimento da barragem
Visão geral do município de Bento Rodrigues antes e após o rompimento da barragem

A multa do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) que deve ser aplicada à mineradora Samarco, responsabilizada pelo rompimento das duas barragens na região de Mariana, em Minas Gerais, deve ser próxima de R$ 250 milhões.

Já as indenizações por danos materiais, ambientais e humanos devem atingir a casa do bilhão. A opção por uma multa rígida foi determinação da presidente Dilma Rousseff e da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.

Sete dias depois de um "mar de lama" ter destruído um vilarejo, e causar a morte de pelo menos seis pessoas e o desaparecimento de outras 19, Dilma Rousseff sobrevoou a região mineira e cidades do Espírito Santo nesta quinta-feira (12). Ao menos 600 pessoas ficaram desalojadas e estão em hotéis da região.

Representantes do governo Dilma até visitaram a região após a tragédia. Foram os ministros Gilberto Occhi (Integração Nacional) e Nilma Lino Gomes (Direitos Humanos), mas nenhuma medida foi anunciada depois disso.

Executivos da Vale e da BHP –donos da empresa responsável pelas minas foco da tragédia– falaram publicamente pela primeira vez nesta quarta-feira (11). Os presidentes da Vale, Murilo Fereira, e da BHP, Andrew Mackenzie, anunciaram a criação de um fundo de assistência às vítimas e ao meio ambiente.

Na quinta (5) da semana passada, duas barragens se romperam em Bento Rodrigues e destruíram o subdistrito de Mariana. O mar de lama que saiu do local desembocou em rios e já afeta outras cidades mineiras e até do Espírito Santo.

Nesta quarta (11), quando a onda de lama já chegava a Colatina (ES), o governo federal declarou estado de emergência na região. Nesta quinta (12), o governo do Espírito Santo pediu a ajuda do Exército e do Ministério da Integração para enfrentar os problemas provocados pela onda de lama e rejeitos de mineração que se desloca pelo rio Doce e deve atingir no próximo sábado (14) os municípios de Baixo Guandu, Colatina e Linhares.

As três cidades capixabas têm, juntas, cerca de 280 mil habitantes e a maior parte dessa população deve ter o abastecimento de água suspenso por conta da alta concentração de lama no rio Doce. O pedido foi feito um dia antes da visita agendada pela presidente Dilma, que deve percorrer hoje as regiões afetadas.

O secretário de Saneamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano, João Coser, informou que o pedido foi feito pessoalmente pelo governador Paulo Hartung (PMDB), em conversa com o ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi.

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