Folha de S. Paulo


Sem água, Governador Valadares (MG) decreta estado de calamidade pública

A Prefeitura de Governador Valadares, cidade mineira, decretou estado de calamidade pública no inicio da noite desta terça-feira (10) em função do desabastecimento de água na cidade, provocado pela contaminação do Rio Doce pela lama das barragens da Samarco em Mariana.

Já o Ministério Público Estadual pediu multa de R$ 1 milhão por dia caso a mineradora não ajude a mitigar os danos ambientais.

O município mineiro, que suspendeu o abastecimento de água desde a tarde de domingo (8), elaborou um Plano de Emergência enviado aos governos estadual e federal e à Samarco. Cerca de 280 mil pessoas foram afetadas.

De acordo com o plano, a prefeitura exige que a Samarco disponibilize caminhões-pipa para ajudar no abastecimento. A Copasa, companhia de saneamento de Minas Gerais, se colocou à disposição e já identificou municípios que poderão ceder água. A prioridade é garantir o abastecimento de instituições de saúde, ensino e abrigos.

Duas universidades suspenderam as aulas devido à interrupção do abastecimento de água na cidade.

O município quer ainda que a mineradora construa um novo sistema de captação, tratamento e reservatório para a cidade, que não dependa do Rio Doce.

O Ministério Público do Estado de Minas Gerais ingressou com uma Ação Civil Pública Cautelar de Defesa do Meio Ambiente em Governador Valadares contra a Samarco. Na ação, a Promotoria cita os prejuízos causados à saúde, à segurança e ao bem-estar da população, além das condições desfavoráveis às atividades econômicas e sociais. A ação requer ainda uma série de pedidos sob pena de pagamento de multa diária de R$ 1 milhão em caso de não cumprimento.

Entre os principais pedidos estão 800 mil litros de água por dia para estabelecimentos de saúde, escolas, abrigos, bombeiros e Saae, além dos custos para trazer caminhões-pipa de cidades vizinhas.

Mapa: Caminho da lama


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