Folha de S. Paulo


Voluntários saem até de SP para ajudar afetados por 'mar de lama'

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A universitária Ana Carolina Carvalho, 25, soube do rompimento das barragens em Mariana (MG) ainda na noite de quinta (5). Na manhã seguinte, viajou mais de 200 km para chegar ao ginásio da cidade, para onde foram levados inicialmente os desabrigados pela onda de lama.

Lá também estava o médico Oscar Gardiano, 70, que saiu de São José do Rio Preto (SP) para "ajudar no que der".

Com lama por todo o corpo, dormindo em abrigos improvisados e "comendo quando dá tempo", universitários, professores, lavradores e bombeiros civis formam um exército de voluntários que, de jipe, percorrem os locais afetados, levando comida, água e medicamentos.

Para facilitar o trabalho, um pesque e pague à beira da rodovia no distrito de Vila Carmo, em Mariana, foi transformado em quartel-general para os voluntários.

"Eu ia para Tiradentes, a passeio, e conheci um pessoal no caminho que encheu meu jipe com galões de água. Acabei ficando", conta o jornalista Ziggy Quinete, 43, de São Paulo. Ele leva e traz grupos com mantimentos.

Moacyr Lopes Junior/Folhapress
Socorristas e voluntários levam doações a moradores afetados pelo desastre em Mariana
Socorristas e voluntários levam doações a moradores afetados pelo desastre em Mariana

Os voluntários partem para as comunidades durante todo o dia. Eles também resgatam animais que ficaram presos no lamaçal. "Ontem tirei uma vaquinha chamada Paquita da lama", disse o caminhoneiro Eumino Eduardo, 38, de Betim (MG).

Muitos estão estreando na função. Outros, como o médico Gardiano, já atuaram em outros desastres, como os desmoronamentos provocados pela chuva em Nova Friburgo (RJ), em 2011.

Agora, com o mecânico mineiro Lucas Pertence, 20, eles atendem pessoas que são picadas por animais peçonhentos ou têm problemas de intoxicação pela água suja. Nesta segunda (9), dez pessoas do distrito de Campinas foram medicadas por Gardiano.

Um comboio que saiu do ginásio tentava ver quais, dos mais de 15 voluntários disponíveis, entrariam em um dos cinco lugares em um jipe.

A Samarco, empresa responsável pelas barragens, afirma que tem ajudado com máquinas e doações, além de hospedar desalojados em hotéis e pousadas da região.


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