Folha de S. Paulo


Contra Uber, taxistas fecham viaduto do Chá e agridem equipe da TV Globo

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Um grupo de taxistas protesta nesta quinta-feira (8) em frente à Prefeitura de São Paulo, na região central da cidade, contra a liberação do Uber, aplicativo que conecta motoristas particulares a passageiros.

Os manifestantes, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), bloqueiam desde as 14h40 os dois sentidos do viaduto do Chá. Eles também impedem a entrada do público e da imprensa na prefeitura.

O ato, que começou pacífico por volta das 13h20, ficou tumultuado quando um grupo de taxistas agrediu uma equipe de reportagem da TV Globo –o cinegrafista da emissora levou um soco e uma rasteira. Os taxistas protestam contra a liberação do Uber.

NOVA CATEGORIA DE TÁXI

A gestão Fernando Haddad (PT) anunciou nesta quinta uma nova categoria de táxi que vai funcionar apenas por aplicativos –o que inclui os motoristas do Uber.

A ideia de Haddad é combater o mercado ilegal de alvarás de táxi. Ele aposta que um motorista interessado em entrar no serviço de transporte de passageiros vai procurar o novo serviço, por ser mais barato, no lugar de tentar comprar um alvará de táxi.

O presidente da SP Negócios, Rodrigo Pirajá, afirmou que São Paulo tem uma demanda reprimida de táxi e, por isso, há ainda espaço para expandir o número de taxistas na cidade. "De maneira conservadora, pode se dizer que há espaço para 15 mil novos carros. O objetivo é incorporar para o sistema algo que não podemos negar a existência", disse Pirajá.

Com a ampliação do número de taxistas, explica Pirajá, será desenvolvido um mapa digital com estimativa de custo da corrida, haverá mecanismos eletrônicos de avaliação do condutor –semelhante ao que já existe, por exemplo, no aplicativo 99Táxi, e será proibido a circulação na faixa exclusiva.

Inicialmente, a prefeitura vai ceder 5.000 autorizações para esse serviço, que está sendo chamado de "Táxi Preto". As novas licenças, contudo, serão distribuídas dando preferência para os motoristas que já estão trabalhando. "Das 2.500 licenças garantidas aos taxistas, os táxis deverão ser adaptados com rampa. A outra metade das licenças ficaram com os demais taxistas que tenham Condutáxi", disse o presidente da SP Negócios.

Pirajá destacou que a tarifa da nova categoria de táxi poderá ser até 25% mais cara à aplicada hoje no táxi comum e que o valor da licença será bem menor que a paga pelo taxista. Além disso, ele afirmou que o alvará terá prazo determinado de até 35 anos –período referente ao tempo de exercício da profissão–, e que o valor será ainda será definido e estará disponível no edital.


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