Folha de S. Paulo


Após audiência, gestão Haddad cogita fechar Paulista já no próximo domingo

A prefeitura fez neste sábado (19) uma audiência pública para ouvir pessoas favoráveis e contrárias ao fechamento da avenida Paulista para carros aos domingos –e saiu com a expectativa de bloquear a via já no próximo dia 27.

O encontro promovido no vão do Masp é parte de um acordo com a Promotoria para viabilizar a medida –já testada pela gestão Haddad (PT) duas vezes neste ano.

Ele reuniu cerca de cem pessoas –entre as cerca de 20 que se revezaram no microfone, a maioria defendeu a iniciativa. "Abrir as ruas, que são espaços públicos, é chamar para a convivência pessoas de várias origens e lugares. E é disso que a gente precisa para ter uma cidade mais humana e mais tolerante", afirmou Ana Carolina Nunes, do movimento Sampa a Pé.

Diego Padgurschi/Folhapress
Participantes de audiência pública no vão livre do Masp
Participantes de audiência pública no vão livre do Masp

Dentre os críticos, os principais argumentos eram a preocupação com a segurança, barulho e impactos ao trânsito –além de questionamentos sobre os gastos que a prefeitura terá com a medida.

"Temos prioridades muito maiores", diz o blogueiro Eduardo Britto.

O secretário dos Transportes, Jilmar Tatto, saiu do encontro prevendo que a via poderia ser fechada já no domingo que vem, das 9h às 17h -a depender das conversas nesta semana com promotores.

"A audiência foi positiva. Apresentamos o projeto e a avaliação [de impacto no trânsito] de quando a via foi fechada para a inauguração da ciclovia. Se a gente conseguir passar o material nessa semana [para o Ministério Público], é possível já abrir no domingo ", afirma.

"Poderíamos aproveitar como um marco para a cidade na semana da mobilidade", disse, em referência ao período de 18 a 25 de setembro, quando há iniciativas mundiais de restrição aos carros.

Ele apresentou medidas para contornar os transtornos para moradores –como cadastramento de placas para acesso aos condomínios.

Como exemplo de ajustes viários para acessar os prédios, Tatto citou a entrada para o estacionamento do Conjunto Nacional, que será feita pela contramão da rua Padre João Manoel.

Para chegar ao hospital Santa Catarina, que fica na Paulista, haverá uma sinalização especial e canalização por meio de cones.

"Conversamos com os hospitais e a circulação será garantida, tanto para médicos, quanto para os pacientes e ambulâncias. Não só na Paulista, mas também no entorno", diz o secretário.

Para atenuar impactos no trânsito, a prefeitura estuda liberar a passagem pela Brigadeiro Luís Antonio e rua Augusta.

Neste e no próximo fim de semana, 32 subprefeituras organizam audiências públicas com a população para o fechamento de vias locais.


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