Folha de S. Paulo


Em São Paulo, ciclovia do Minhocão vai passar por ajustes

A gestão Fernando Haddad (PT) destacou uma equipe de técnicos para implementar mudanças na ciclovia localizada embaixo do Minhocão, no centro de São Paulo, inaugurada há menos de 20 dias.

Entre as mudanças avaliadas, segundo a Folha apurou, estão a instalação de dispositivos para reduzir a velocidade dos ciclistas, novas grades de proteção, faixas de pedestres e espelhos para ampliar a visibilidade tanto de quem está a pé como de bicicleta.

A decisão pelos ajustes foi tomada diante das críticas às condições de segurança da ciclovia, acirradas após a morte de um idoso atropelado por um ciclista embaixo do Minhocão no último dia 17.

O acidente, segundo a versão do atropelador e da polícia, ocorreu na faixa de ônibus vizinha à pista de bikes.

Embora a gestão Haddad desvincule essa morte da existência da ciclovia, os questionamentos aos trechos onde existem conflitos entre pedestres e ciclistas levaram à mobilização da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) nos últimos dias.

O aposentado Florisvaldo Carvalho da Rocha, 78, atravessava a avenida fora da faixa de pedestres, de acordo com a polícia, quando foi atingido pelo ciclista Gilmar Raimundo de Alencar, 45 –que deve responder por homicídio culposo (quando não há intenção de matar).

QUEIXAS

Com 4,1 km, a ciclovia debaixo do Minhocão faz a ligação do largo do Arouche à Barra Funda, passando pela rua Amaral Gurgel e pelas avenidas São João, General Olímpio da Silveira e Auro de Moura Andrade –boa parte da rota no canteiro central.

A CET foi encarregada de elaborar alterações para tratar das queixas mais frequentes desde a inauguração.

Pedestres afirmam, por exemplo, que é comum se deparar com bicicletas em alta velocidade no local. Para isso, devem ser implantados balizadores para "frear" a velocidade dos ciclistas.

A morte do idoso acentuou as reclamações sobre as dificuldades para a travessia em trechos da ciclovia. Para isso são cogitadas novas faixas de pedestres que orientem a rota de quem está a pé e se dirige às paradas dos corredor de ônibus do canteiro central.

Atualmente há sinalização na ciclovia quando a pista passa ao lado das pilastras do Minhocão, mas a ideia é fazer com que os passageiros tenham que caminhar menos pelo canteiro antes de cruzar em direção ao outro lado.

Outra medida para amenizar a possibilidade de atropelamentos é a instalação de espelhos perto das pilastras, para que os ciclistas consigam ver se alguém está andando por ali. Hoje alguns locais já contam com esses espelhos, mas ciclistas dizem que a forma como estão posicionados não ajuda muito.

Equipes da CET levantaram ainda a possibilidade de aumentar grades de proteção perto dos pontos de ônibus –para demarcar o espaço dos passageiros e evitar choques com quem está pedalando. A meta de Haddad é fazer 400 km de ciclovias até 2016 (260 km já foram entregues).


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