Folha de S. Paulo


Soldado que liderou greves de PMs na Bahia volta à corporação após 13 anos

O comando da PM (Polícia Militar) da Bahia cumpriu determinação judicial e reintegrou ao quadro da corporação o soldado Marco Prisco, líder das últimas greves de policiais no Estado.

A decisão de reintegração foi publicada no boletim interno da PM no dia 23 de julho, e Prisco já está reinserido na corporação.

A decisão foi confirmada pela PM baiana, que informou que o soldado -que atualmente é deputado estadual pelo PSDB– ficará lotado no Departamento de Pessoal até regularizar a situação funcional.

Lunae Parracho - 6.fev.2011/Reuters
O líder de greves na PM da Bahia em 2001, Marco Prisco, foi agora reintegrado ao quadro da corporação
O líder de greves na PM da Bahia em 2001, Marco Prisco, foi agora reintegrado ao quadro da corporação

Prisco foi expulso da PM baiana em 2002 após liderar a greve de policiais militares no ano anterior. Em 2010, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou lei aprovada pelo Congresso que concedeu anistia a militares punidos por participar de movimentos reivindicatórios no Distrito Federal e em oito Estados, entre eles a Bahia.

A decisão foi comemorada pelo militar, que ficou afastado do cargo por 13 anos. "Fui demitido em 2002, após movimento reivindicatório de 2001, por um ato de arbitrariedade do Estado à época. Em 2010, a Lei de anistia reintegrou todos os militares que foram punidos por participar de movimentos por melhorias para os trabalhadores, menos eu. A Bahia foi o único Estado do Brasil que não cumpria a lei", disse Prisco em sua página do Facebook.

Com base na nova lei, Prisco obteve pelo menos três decisões favoráveis no Tribunal de Justiça, duas em 2011 e uma última em 2012, que determinou a reincorporação. O Estado tentava reverter a decisão, sem sucesso.

Além de 2001, o soldado Prisco também liderou as últimas duas greves de PMs, de 2012 e 2014. Nessa última, houve uma invasão da Assembleia Legislativa e, após o fim da paralisação, ele deixou o prédio direto para o presídio da Papuda, em Brasília.

À época, a Justiça Federal acolheu pedido do MPF (Ministério Público Federal) e decretou a prisão por atos de de vandalismo e danos ao patrimônio público na greve da PM em 2012. Ele ficou preso 43 dias.


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