Folha de S. Paulo


Simulador de direção volta a ser obrigatório para tirar CNH

O simulador de direção –máquina que imita um automóvel com um percurso virtual– voltou a ser obrigatório para os candidatos que forem tirar carteira de habilitação em todo o país.

Nova resolução do Contran (Conselho Nacional de Trânsito), publicada nesta segunda-feira (20), determina que os futuros motoristas terão que fazer no mínimo cinco horas de aulas práticas nos aparelhos.

A regra também vale para quem deseja mudar de categoria, mas inicialmente será obrigatório apenas as simulações virtuais de carros de passeio (categoria B).

Zanone Fraissat/Folhapress
Estudante faz teste com simulador; Câmara rejeita exigência do equipamento em autoescolas
Candidata à carteira de habilitação faz teste com simulador de direção em autoescola da Grande SP

Numa segunda etapa, ainda sem data definida, será exigido o uso do simulador para quem dirigir veículos comerciais, caminhão, ônibus e motos.

Segundo o Ministério das Cidades, que controla o Contran, "o pedido da volta da obrigatoriedade partiu dos Detrans de todo o país". A regra deverá ser implantada até o dia 31 de dezembro.

Os simuladores chegaram a ser obrigatórios no início do ano passado. Após reclamação das autoescolas, que questionavam, entre outras coisas, o valor dos aparelhos, o Contran voltou atrás e tornou o uso facultativo a cada Estado.

Atualmente, segundo o ministério, apenas quatro Estados (Rio Grande do Sul, Acre, Paraíba e Alagoas) exigem os simuladores de forma obrigatória.

Segundo o diretor do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) e presidente do Contran, Alberto Angerami, a decisão foi tomada pensando na segurança do trânsito.

"Já tivemos bons resultados nos Estados que aplicaram a medida, principalmente no Rio Grande do Sul, onde foi registrada redução do número de acidentes após a obrigatoriedade do simulador", afirmou.

HISTÓRICO

O Contran decidiu adotar os simuladores em 2010, motivado por um pacto na ONU para redução nas mortes em acidentes de trânsito. Mas foi adiando o prazo até desistir da ideia em junho de 2014.

Os defensores dos aparelhos dizem que é positivo que condutores aprendam a enfrentar situações complexas, como dirigir com aquaplanagem, antes de iniciar as aulas na rua.

Os críticos, porém, dizem que os modelos disponíveis no mercado são caros e que a obrigatoriedade dificulta o acesso à habilitação, pois as autoescolas repassam os custos aos candidatos.

Parte dos usuários também relata sentir náuseas no aparelho e alguns especialistas questionam sua eficácia pedagógica.


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