Folha de S. Paulo


Ladeira que liga Higienópolis e Perdizes tem 29 ciclistas em uma hora

Na ladeira da rua Dr. Cândido Espinheira, onde uma ciclovia liga os bairros de Higienópolis e Perdizes, 29 ciclistas passaram pela reportagem em uma hora –média de um a cada dois minutos. No mesmo período, das 17h30 às 18h30 de quinta-feira (11), foram 206 na avenida Faria Lima –mais de três por minuto.

Para os críticos do plano cicloviário da gestão Fernando Haddad (PT), a diferença aponta a ociosidade de algumas ciclovias e falta de estratégia na escolha dos trechos. "Há ciclovias colocadas em lugares sem demanda, apenas por questão política", diz o consultor Sergio Ejzemberg.

Na avaliação de outros técnicos, porém, as diferenças de fluxo são normais em um plano que visa criar uma rede com vias de maior demanda conectadas entre si por vias secundárias.

A ciclovia da Cândido Espinheira, inaugurada em setembro do ano passado, fica no nível da rua e faz a ligação da av. Sumaré com o centro.

Na contagem, 15 dos 29 dos ciclistas subiam a ladeira. Já a da Faria Lima, que existe desde 2012, na gestão Gilberto Kassab (PSD), fica no canteiro central e é usada tanto como conexão de bairros quanto para acesso ao metrô.

O consultor Luis Fernando Di Pierro defende que ciclovias sejam implantadas "de forma que possam ser utilizadas pelo maior número de pessoas, e as declividades das vias configuram os maiores empecilhos para isso".

A CET diz escolher os percursos mais confortáveis para o ciclista, evitando subidas íngremes, e diz que está definindo um método para a contagem periódica de ciclistas em dez pontos da cidade.


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