Folha de S. Paulo


Polícia prende um dos envolvidos em assalto ao Banco Central em Fortaleza

A Polícia Militar prendeu na noite desta terça-feira (9) Antonio Reginaldo de Araújo, um dos envolvidos no assalto ao Banco Central em Fortaleza (CE), em 2005. Desde agosto do ano passado, ele estava foragido por não ter retornado à prisão após saída temporária.

Araújo foi preso durante uma abordagem policial da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) na avenida Giovanni Gronchi, no Morumbi (zona oeste). Segundo a polícia, Araújo estava sentado do lado do passageiro em um Hyundai Tucson preto e estava muito nervoso.

"A equipe estranhou o nervosismo do homem ao ver a viatura", contou o tenente Renato Leão Alves de Souza. Inicialmente, Araújo mostrou documentos falsos, mas depois acabou confessando sua verdadeira identidade. Ele estava preso na Penitenciária Lavínia II, quando saiu pelo indulto do Dia dos Pais e não retornou.

Além de Araújo, uma mulher de 31 anos, que estava na direção do carro, também foi presa. Segundo a polícia, a mulher estaria envolvida com o tráfico de entorpecentes. No carro, a polícia encontrou sete tijolos de pasta base de cocaína dentro do veículo, quatro celulares, dois cheques e uma quantia de R$ 172.

Na casa da mulher, a polícia apreendeu outros oito aparelhos telefônicos, dois rádios transmissores, diversos documentos falsos, dois cadernos com anotações sobre venda de drogas e comprovantes de depósito bancários no valor total de R$ 59 mil. Segundo a polícia, o carro havia sido roubado em novembro passado.

Os dois foram presos em flagrante e o caso foi registrado pelo 89º Distrito Policial (Jardim Taboão) como drogas sem autorização ou em desacordo, associação de duas ou mais pessoas para tráfico, uso de documento falso e captura de procurado.

Por ter sido preso em flagrante, Araújo foi encaminhado na manhã desta quarta-feira (10) para o Complexo Judiciário Ministro Mário Guimarães na Barra Funda, na zona oeste da capital paulista, onde passará por uma audiência de custódia.

Desde fevereiro deste ano, qualquer pessoa presa em flagrante é levada a presença de um juiz em até 24 horas. A mudança foi implementada em parceria com o Tribunal de Justiça de São Paulo. O magistrado entrevista o suspeito, na presença do Ministério Público e do advogado de defesa ou do defensor público, e decide sobre o andamento do caso, decretando prisão preventiva, liberdade provisória ou medida cautelar.

FURTO AO BANCO CENTRAL

No furto, o maior do país, uma quadrilha –formada por 36 criminosos– alugou um imóvel próximo ao Banco Central de Fortaleza e cavou um túnel de 89 metros que dava acesso ao cofre do banco. Os R$ 164,8 milhões furtados foram divididos entre todos os membros da quadrilha diretamente ligados ao furto.

O plano para o crime começou cerca de três meses antes do furto, com o aluguel de uma casa próxima à sede do BC. Sob a fachada falsa, o grande fluxo de pessoas e de sacos de terra passava despercebido.

Com base em mapas contendo os sistemas subterrâneos de água, esgoto e telefone de Fortaleza, os ladrões começaram a construir o túnel que ligava a casa à caixa-forte. Toda a passagem era revestida por tábuas de madeira, sacos de areia e lonas plásticas e iluminada por lâmpadas.

O furto aconteceu entre uma sexta-feira e um sábado. Os ladrões atravessaram o túnel e abriram um buraco circular no piso –que tinha 1,1 metro e era reforçado por concreto e aço. Dentro da caixa-forte, uma empilhadeira bloqueou as três câmeras de vigilância, e os vigias não perceberam a invasão.


Editoria de Arte/Folhapress


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