Folha de S. Paulo


Empresas aéreas querem padrão mundial para bagagem de mão

As companhias aéreas querem estabelecer um novo padrão de bagagem de mão em todo o mundo, de modo a reduzir os transtornos causados nos voos por malas de tamanhos diferentes.

O anúncio foi feito nesta terça (9) na assembleia anual da Iata (associação internacional de transporte aéreo) em Miami (EUA). A entidade representa 260 companhias aéreas do mundo, entre elas as quatro maiores do Brasil —TAM, Gol, Azul e Avianca.

Em associação com as fabricantes Boeing e Airbus, a Iata definiu que o novo padrão será uma bagagem cujas dimensões somam 110 cm (55 cm x 35 cm x 20 cm).

As dimensões são suficientes para caber tanto no compartimento superior quanto sob a poltrona da frente dos aviões mais populares do mundo (Boeing 737 e Airbus A319, A320 e A321).

Foi criado ainda o selo "Iata Cabin OK", que indica que a bagagem está dentro dos limites definidos.

Divulgação
Mala no tamanho sugerida pela Iata (associação que representa as companhias aéreas)
Mala no tamanho sugerida pela Iata (associação que representa as companhias aéreas)

Hoje, cada companhia adota um padrão, o que, segundo a Iata, confunde os passageiros. No Brasil, a dimensão (115 cm) e o peso (5 kg) são definidos pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).

"Essa iniciativa ajudará a resolver alguns dos desafios que as equipes de terra e os comissários de bordo têm enfrentado", disse Tony Tyler, presidente da Iata.

A discussão ainda está em fase inicial, mas a intenção é que o padrão seja adotado nos próximos cinco anos em toda a indústria, para aviões com mais de 120 passageiros.

Isso não significa que um passageiro vai ser barrado por carregar malas acima dos parâmetros propostos pela Iata —a intenção é melhorar a situação atual, desregulada.

Algumas empresas, segundo a associação, demonstraram interesse em participar dos debates do projeto, entre elas a Azul e a Avianca.

O próximo passo é articular a fabricação das malas no novo padrão com quem as produz. Uma empresa trabalha com a Iata para certificar futuros fabricantes do modelo.

O repórter RICARDO GALLO viajou a convite da Iata.


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