Folha de S. Paulo


Crucificação na Parada Gay é alvo de polêmica com religiosos

Julia Chequer/Folhapress
Viviany Beleboni, que encenou a crucificação na Parada Gay neste domingo (8) em São Paulo
Viviany Beleboni, que encenou a crucificação na Parada Gay neste domingo (8) em São Paulo

A simulação de uma crucificação durante a Parada Gay de São Paulo, no domingo (7), com uma transexual no papel de Cristo, causou polêmica com religiosos e, também, nas redes sociais.

O arcebispo de São Paulo, d. Odilo Scherer, emitiu nota sobre o episódio. "Entendo que quem sofre se sente como Jesus na cruz. Mas é preciso cuidar para não banalizar ou usar de maneira irreverente símbolos religiosos, em respeito à sensibilidade religiosa das pessoas. Se queremos respeito, devemos respeitar", disse.

Na madrugada desta segunda (8), o deputado federal e pastor Marco Feliciano (PSC) postou mensagens em uma rede social criticando a manifestação. Ele acusou os organizadores da parada de debocharem da fé cristã e disse que, ao ser contrário a esse tipo de ato, não exerce preconceito nem intolerância, somente a liberdade de expressão e religiosa.

Presidente da Comissão de Direito Constitucional da OAB-SP, Marcelo de Oliveira Fausto Figueiredo não vê crime no ato. "Foi uma manifestação forte, mas a meu ver estava dentro da liberdade de expressão."

A atriz Viviany Beleboni, 26, que interpretou a crucificação, disse estar aterrorizada com as ameaças recebidas, mas que não se arrepende. "Dizem coisas absurdas: que devo morrer, ser crucificada de verdade, contrair câncer. Acordei cedo com uma ligação anônima, dizendo que eu iria morrer."

Ela lamenta ter sido criticada por parte da comunidade LGBT. "Pensam que os gays vão ser mais reprimidos, que o preconceito vai aumentar."


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