Folha de S. Paulo


Manifestantes pedem legalização da maconha em São Paulo

Sem conflitos, manifestantes pediram neste sábado (23) a legalização da produção e uso de maconha no Brasil em uma marcha pela avenida Paulista, pelas ruas Augusta e da Consolação e por outras vias da região central.

Segundo a PM, 4.000 pessoas participaram do evento. Já a organização contabilizou 15 mil pessoas.

Concentrados no vão-livre do Masp, os manifestantes tomaram a pista sentido Consolação da avenida, às 16h20, aos gritos de "Dilma Rousseff, legalize o beque!", "Eu sou maconheiro com muito orgulho, com muito amor", "Legalize já" e "Ei, usuário, planta no armário!".

Entre a multidão –predominantemente jovem– que caminhava, bonecos gigantes do bloco Cordão da Bola Presa, cartazes coloridos e batuqueiros de chapéu em forma de cannabis.

Muitos deles fumavam a erva, o que, junto com a fumaça dos vendedores de churrasquinho, formou uma nuvem sobre a manifestação.

"Fumar maconha não é apenas um direito de consumidor, mas de governar a si mesmo. A maconha é um medicamento básico da tradição milenar na luta contra a ansiedade, do mal estar do estresse urbano", afirmou o professor da USP Henrique Carneiro, defensor da causa desde os anos 1980, sob aplausos, antes da saída da marcha.

A empresária Márcia Cândida, 47, foi com a filha, a estudante de letras Irene Souza, 19. " Se eu fosse pega fumando na juventude, seria tratada como uma bandida. Para minha filha, essa realidade já está mudando. Agora, espero que minha neta possa, se quiser, fumar com liberdade, sem sofrer hostilidade apenas por consumir uma planta."

A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) e a Polícia Militar deram apoio à manifestação, que transcorreu pacífica por todo trajeto.

HISTÓRICO

A primeira marcha em São Paulo foi realizada em 2008, no parque Ibirapuera. Até 2011, os atos eram proibidos pelo Tribunal de Justiça sob a justificativa de que faziam apologia às drogas.

Os manifestantes continuaram indo às ruas, mas marcharam pelo direito à livre expressão. O STF (Supremo Tribunal Federal), então, liberou os atos, avaliando que sua proibição infringia o direito à liberdade de expressão.


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