Conhecido como o repórter Esso gaúcho, morreu na noite desta segunda-feira (11) o radialista Lauro Hagemann, 84. Ele estava internando há 15 dias no Hospital Mãe de Deus, em Porto Alegre (RS), por motivos não divulgados.
A morte foi confirmada pelo filho, o cientista político Lauro Roberto Lindemann Hagemann, diretor de Transportes Rodoviários do DAER (Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem) do Rio Grande do Sul.
"O velho repórter Esso foi ler notícias em outro plano", disse o filho no Twitter.
Nascido em Santa Cruz do Sul, Lauro Hagemann chegou a Porto Alegre em 1950 para fazer o curso de direito. Na capital gaúcha, continuou trabalhando como radialista, como já fazia em sua cidade natal. Logo foi escolhido, em um concurso da Rádio Farroupilha, para ser o repórter Esso gaúcho, função que exerceu de 1950 a 1964.
O radialista participou da Cadeia da Legalidade, formada em 1961 pelo governador Leonel Brizola (1922-2004) para resistir ao golpe militar e garantir a posse de Jango Goulart na Presidência da República, após a renúncia de Jânio Quadros.
"Hagemann resolveu utilizar seu prestígio em nome da causa", conta o projeto Vozes do Rádio, da Faculdade de Comunicação Social da PUC-RS. "Ele se apresentou no Palácio Piratini, dando início à Cadeia da Legalidade. A partir daí, colegas de outras emissoras se integraram ao movimento".
O radialista foi vereador pelo PMDB e pelo PCB e o primeiro presidente do Sindicato dos Radialistas de Porto Alegre.
O velório começou por volta das 9h desta terça-feira (12) na Assembleia Legislativa. O corpo do repórter será cremado no final da tarde no Crematório Metropolitano São José.