Folha de S. Paulo


Chuva faz reservatórios de SP subirem; Cantareira chega a 15,3%

A chuva que atingiu a região metropolitana na tarde deste domingo (10) fez subir os níveis dos principais reservatórios que abastecem a região de São Paulo.

De acordo com balanço da Sabesp divulgado nesta segunda-feira (11), o nível do Cantareira, o maior da Grande São Paulo e em situação mais crítica, avançou 0,2 ponto percentual e opera com 15,3% de sua capacidade. O sistema abastece 5,3 milhões de pessoas na zona norte e partes das zonas leste, oeste, central e sul da capital paulista –eram cerca de 9 milhões antes da crise da água. Essa diferença passou a ser atendida por outros sistemas.

As chuvas deste domingo foram causadas por uma frente fria, que deve ainda provocar pancadas de chuva nesta segunda. Com a chuva deste domingo, o Cantareira acumula 30,3 mm de água –o que corresponde a 38,75% do volume de água esperado para maio (78,2 mm).

De acordo com o meteorologista da Climatempo, Alexandre Nascimento, o Estado de São Paulo receberá ainda mais uma frente fria, que deve ocorrer no fim do mês. De acordo com Nascimento, com as chuvas do final do mês (trazidas pela outra frente fria), a média mensal de maio não deve diferir muito da média histórica. O ano de 2005 foi o último a registrar em maio chuvas que superassem a média histórica do mês, de 78,2 mm.

Meteorologicamente, a queda de temperatura é que deve ser a grande novidade, já que maio deve ser bem diferente do quente mês de abril. "De qualquer forma, mesmo que chova a média ou um pouco abaixo da média, a chuva que cair não fará diferença nenhuma para aumentar o volume do Cantareira", diz Nascimento.

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MEDIÇÃO

O percentual usado agora tem como base a quantidade de água naquele dia e a capacidade total do reservatório, de 1,3 trilhão de litros e que inclui o volume útil (acima dos níveis de captação) e as duas cotas do volume morto (reserva do fundo das represas, captadas com o auxílio de bombas).

Até então, o índice considerava o volume morto apenas na quantidade disponível, e não na capacidade total –sem ele, o sistema tem capacidade de 1 trilhão de litros de água. Essa é uma das três metodologias que a Sabesp usa atualmente para divulgar o volume do reservatório.

Para preservar o Cantareira, o governo Geraldo Alckmin (PSDB) não quer usar no período seco, que vai até outubro, o segundo volume morto do reservatório. A retirada de água, hoje em 15 mil litros por segundo, cairá para 10 mil litros, o que deixará mais áreas com torneiras secas. Hoje há casas que ficam até 20 horas diárias sem água.

REAJUSTE

A conta de água ficará 15% mais alta em São Paulo. A Sabesp poderá aplicar o reajuste após o aval da Arsesp, agência reguladora de saneamento. Ele vigorará 30 dias após a publicação no "Diário Oficial" do Estado.

A porcentagem está abaixa da pedida pela empresa do governo Alckmin (PSDB), 22,7%, mas bem acima da inflação de 4,63% desde o aumento anterior, em dezembro de 2014.

Editoria de Arte/Folhapress

OUTROS RESERVATÓRIOS

O nível do sistema Alto Tietê, que abastece 4,5 milhões de pessoas na região leste da capital paulista e Grande São Paulo, avançou 0,3 ponto percentual e opera com 22,9% de sua capacidade.

No dia 14 de dezembro, o Alto Tietê passou a contar com a adição do volume morto , que gerou um volume adicional de 39,5 milhões de metros cúbicos de água da represa Ponte Nova, em Salesópolis (a 97 km de São Paulo).

O nível da represa de Guarapiranga, que fornece água para 5,2 milhões de pessoas nas zonas sul e sudeste da capital paulista, opera com 81,8% de capacidade após avançar 0,9 ponto percentual.

O reservatório Alto de Cotia, que fornece água para 400 mil pessoas, opera com 66,4% de sua capacidade após avançar 0,9 ponto percentual.

Já o Rio Grande, que atende a 1,5 milhão de pessoas, avançou 0,8 ponto percentual e opera nesta segunda com 95,6% de capacidade. O nível de Rio Claro, que atende a 1,5 milhão de pessoas, passou de 52,7% para 53,3%.

A medição da Sabesp é feita diariamente e compreende um período de 24 horas: das 7h às 7h.


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