Folha de S. Paulo


Alckmin adia, de novo, entrega de obra para evitar rodízio

O governo Geraldo Alckmin (PSDB) adiou mais uma vez a data prevista de entrega da principal obra para evitar um rodízio de água na Grande SP em 2015.

A ligação entre o sistema Rio Grande (braço limpo da represa Billings) com o manancial do Alto Tietê estava inicialmente prevista para entrar em operação parcial já neste mês, conforme promessa de fevereiro do tucano.

Nesta segunda-feira (4), porém, Alckmin estimou a inauguração para setembro.

Editoria de Arte/Folhapress

Nos últimos três meses, essa promessa foi sendo empurrada aos poucos. Entre integrantes do governo, falou-se em junho, julho e agosto.

Quando concluída, a obra contará com 11 km de novas adutoras e levará 4.000 litros de água por segundo de um sistema para o outro.

Esse volume extra de água dará ao Alto Tietê, no extremo leste da Grande SP, um fôlego suficiente para ceder parte de sua água para o sistema Cantareira, o maior da região metropolitana e hoje em situação mais crítica.

Esse sistema, que antes do agravamento da crise de 2014 abastecia 9 milhões de pessoas, atualmente atende 5,3 milhões, segundo a Sabesp, empresa de água do governo paulista. Nesta segunda-feira (4), o reservatório operou com 15,3% de sua capacidade, após duas quedas em menos de uma semana.

Com o Cantareira socorrido com essa água excedente do Alto Tietê, a Grande São Paulo, em especial as área atendidas pelo Cantareira, estaria livre de um rodízio até outubro, quando a temporada de chuvas deve voltar.

SEGUIR AS REGRAS

Nesta segunda, ao participar de evento que marcou o início da obra em Ribeirão de Pires, Alckmin atribuiu o atraso ao tempo para serem aprovadas as licenças necessárias.

"Houve um atraso de 30 dias na obra do Rio Grande porque nós resolvemos seguir todas as regras, pedir licenciamento ambiental para não ter nenhuma dúvida do ponto de vista jurídico", disse.

"Tivemos a licença ambiental da Cetesb na quinta [30] e, na sexta [1º], estava tudo mobilizado para começar hoje a obra", completou.

No evento, Alckmin foi questionado se atualmente é possível descartar um rodízio de água ao longo de 2015.

"Eu aprendi que, embora a engenharia seja uma ciência exata, precisa sempre ter cautela. Todo o trabalho está sendo feito para não ter racionamento, para não ter o rodízio", afirmou o tucano.

Racionamento, de fato, está em andamento desde o ano passado. Localidades afastadas das represas e em pontos altos já sofrem com essa medida, com interrupção de abastecimento de até 20 horas por dia. O governo chama isso de "redução da pressão" nos encanamentos da rede.

Segundo a Sabesp, 82% dos clientes da cidade de SP reduziram o consumo de água em março. Já a cobrança de sobretaxa, para quem consumir 20% a mais de água, foi feita a 7% dos clientes da Sabesp no período.

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