Folha de S. Paulo


Falta de chuva afeta armazenamento de água em reservatórios de SP

Nos primeiros 15 dias de abril, os principais sistemas que abastecem a região metropolitana de SP não atingem nem 20% do volume de chuva esperado para este mês em seus respectivos reservatórios.

A falta de chuva em São Paulo tem feito os níveis dos sistemas permanecerem estáveis ou recuarem em sua capacidade de armazenamento de água. O principal deles, o Cantareira, permanece estável pelo quarto dia consecutivo. Já o reservatório Alto de Cotia entrou em seu terceiro dia seguido sem alterar seu índice. Os demais mananciais vem recuando sua capacidade dia após dia.

De acordo com balanço divulgado nesta quarta-feira (15) pela Sabesp, o nível do sistema Cantareira está em 15,4%. Em 15 dias, o sistema acumulou 11,2 mm de água –o que corresponde a 12,47% do volume esperado para este mês (89,8 mm).

O reservatório abastece 5,6 milhões de pessoas na zona norte e partes das zonas leste, oeste, central e sul da capital paulista –eram cerca de 9 milhões antes da crise da água. Essa diferença passou a ser atendida por outros sistemas.

O percentual usado agora tem como base a quantidade de água naquele dia e a capacidade total do reservatório, de 1,3 trilhão de litros e que inclui o volume útil (acima dos níveis de captação) e as duas cotas do volume morto (reserva do fundo das represas, captadas com o auxílio de bombas). Até então, o índice considerava o volume morto apenas na quantidade disponível, e não na capacidade total -sem ele, o sistema tem capacidade de 1 trilhão de litros de água.

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Após pressão do Ministério Público Estadual que cobra mais transparência na divulgação das informações, a Sabesp agora divulga os dois dados sobre a crise da água em São Paulo.

OUTROS RESERVATÓRIOS

Outro reservatório no qual o nível permaneceu estável foi o de Alto de Cotia, que fornece água para 400 mil pessoas. Ele opera com 64,6% de sua capacidade pelo terceiro dia consecutivo. O manancial acumula 2,2 mm de água –2,71% para todo o mês de abril (81,1 mm).

O sistema de Rio Claro, que atende a 1,5 milhão de pessoas, foi o que teve o maior recuo no armazenamento (0,3 ponto percentual em relação ao índice anterior) e opera com 45 % de sua capacidade. Contudo, o manancial é o que tem o melhor desempenho no armazenamento de água: já acumula 36,86% (73,8 mm) do esperado para este mês (200,2 mm).

Os sistemas Guarapiranga e Rio Grande tiveram redução em seus níveis de armazenamento: 0,2 ponto percentual cada um em relação a mediação do dia anterior.

O nível da represa de Guarapiranga, que fornece água para 5,2 milhões de pessoas nas zonas sul e sudeste da capital paulista, opera com 83,3% de capacidade após recuar 0,1 ponto percentual. O sistema é um dos que mais tem sofrido com a estiagem: acumulou apenas 2,4 mm de água –3,26% do volume esperado para abril (73,7%).

O reservatório de Rio Grande, que atende a 1,5 milhão de pessoas, opera com 96,1% de sua capacidade. O sistema acumula 20,6 mm de água (19,43%) do volume para abril (106 mm).

O sistema Alto Tietê, abastece 4,5 milhões de pessoas na região leste da capital paulista e Grande São Paulo, opera com 21,7% de sua capacidade. Até agora, o reservatório acumula apenas 16,1 mm de água – o que equivale a 16,53% do volume esperado para abril (97,4 mm).

No dia 14 de dezembro, o Alto Tietê passou a contar com a adição do volume morto , que gerou um volume adicional de 39,5 milhões de metros cúbicos de água da represa Ponte Nova, em Salesópolis (a 97 km de São Paulo).

A medição da Sabesp é feita diariamente e compreende um período de 24 horas: das 7h às 7h.

Editoria de Arte/Folhapress

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