Folha de S. Paulo


ONG protesta no Rio; corpo de menino morto no Alemão é levado ao Piauí

Kátia Carvalho/Folhapress
Rio de Janeiro (RJ), 05/04/2015. Um cortejo fpunebre simbólico percorreu a orla de Copacabana pela morte do menino Eduardo no COmplexo do Alemão, no útlimo dia 02/04.No final do ato, o caixão foi enterrado na areia da praia. Foto: Kátia Carvalho / Folhapress *** PARCEIRO FOLHAPRESS - FOTO COM CUSTO EXTRA E CRÉDITOS OBRIGATÓRIOS ***
Manifestantes enterram caixão simbólico na praia de Copacabana pela morte de Eduardo Ferreira, 10

A ONG Rio de Paz fez um protesto contra a morte do menino Eduardo de Jesus Ferreira, 10, na manhã deste domingo (5), na praia de Copacabana. Cerca de 20 pessoas caminharam pela orla.

Os manifestantes vestiam camisas pretas e carregavam um caixão branco simbolizando o corpo do menino, morto na última quinta-feira (9), no Complexo do Alemão. Eduardo brincava no celular quando foi atingido por um tiro de fuzil. A família acusa a polícia de ter efetuado do disparo.

A família de Eduardo embarcou no final da manhã deste domingo para Teresina, no Piauí. O menino será sepultado na cidade de Correntes, a 800 quilômetros da capital, na próxima segunda. O traslado do corpo e as passagens de avião e de ônibus para a mãe, o pai e duas irmãs da criança foram custeadas pelo Governo do Estado do Rio.

A morte do menino causou comoção no Complexo do Alemão, conjunto de favelas na zona norte do Rio, que viveu uma onda de violência desde quarta-feira passada. Quatro pessoas morreram devido à sequência de confrontos entre polícia e traficantes nas comunidades. Na quarta, três pessoas morreram, entre elas a moradora local Elizabeth de Moura Francisco, 41, baleada dentro de casa. O menino morreu na quinta, depois que a PM reforçou o efetivo no Alemão.

Na sexta-feira, a PM dispersou manifestantes que pediam paz na entrada do Complexo do Alemão. Os moradores reagiram atirando pedras e garrafas na polícia. No último sábado, cerca de 200 moradores fizeram mais um protesto para pedir o fim da violência na comunidade.

A PM informou que pretende ampliar sua presença no Alemão. O complexo tem quatro bases da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) desde de 2012. Mesmo com a presença ostensiva da polícia da área, traficantes continuam a dominar as favelas e os tiroteios são constantes. A secretaria Estadual de Segurança informou que aumentará o número de bases e do efetivo policial no complexo.

O vídeo abaixo, divulgado por moradores do Complexo do Alemão após a morte, contém imagens agressivas

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